Alimentos ficaram 9% mais caros em junho – Ovos, Carne, Banana, saiba o que mais aumentou
O preço dos alimentos naturais sofreu uma alta média de 8,71% em maio deste ano, de acordo com o Índice de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista.
O levantamento apontou ainda que produtos vegetais e animais tiveram reajuste de 11,85% e 0,60%, respectivamente.

O levantamento mostra ainda que a quebra da safra da cana-de-açúcar – causada por um longo período de estiagem logo nos primeiros meses de 2021 – provocou tal elevação no IqPR.
Prova disso pode ser observada quando no índice geral de +0,60% e de +1,35% para produtos vegetais que apresentaram altas menos expressivas sem considerar a cana-de-açúcar no cálculo.
Alimentos que estão mais caros
Para além, o Índice de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista observou que dos 16 produtos analisados, oito sofreram elevação de preços em maio deste ano.
Com isso, os reajustes são de +19,32% para tomate para mesa, 18,65% para cana-de-açúcar e +12,24% para carne de frango.
As quedas ficaram por conta da carne suína, chegando a -8,05%, da banana nanica com -7,37% e dos ovos com -5,88%.
Acúmulo de preços
Considerando o acumulado do mês de maio do ano passado com o mesmo período deste ano, os reajustes foram positivos e chegaram a 47,02%.
No entanto, somente nos cinco primeiros meses de 2021 as altas foram progressivas e ininterruptas e chegaram a um reajuste de 15,97% no IqPR.
Dentro de um intervalo de 12 meses, a alta de produtos de origem animal chegou a 43,45% e 55,77% para produtos de origem vegetal. Desses produtos os que mais apresentaram aumento foram milho (112,33%), algodão (92,66%) e carne de frango (87,15%).
Grãos
Apesar do aumento nos preços houve queda na estimativa de produção de grãos no Brasil, especialmente do milho, por baixas chuvas. Esse processo impacta diretamente o preço de produtos alimentícios para o consumidor final.
A previsão da Companhia Nacional de Abastecimento em maio era de coletar 106,4 milhões de milho na temporada 2020/2021, mas a projeção foi revisada para 96,39 milhões de toneladas em junho.
Sendo assim, a safra de grãos poderá render somente 262,13 milhões de toneladas no período calculado, mas se manterá acima da safra de 2019/20.
Laticínios
Tal anúncio eleva o preço de vários produtos como a carne de boi, pois o animal se alimenta basicamente do milho, além do insumo estar alto e com boa demanda no exterior.
Mas não é somente a carne que pode ser afetada. O leite e os derivados também podem sofrer reajuste.
Os ovos, por exemplo, além de sofrerem reajuste também se apresentam com baixa disponibilidade e a demanda impulsiona as cotações da proteína.
No momento as granjas tentam controlar a produção, mas os vendedores observam resistência dos compradores por conta dos consecutivos aumentos de preços do produto.
Outros fatores que contribuíram para o aumento de preços no segmento de laticínios foram a falta de matéria prima para produção de embalagens de plástico, vidro e alumínio e a falta de chuva nas pastagens.
A fome no Brasil
O problema da alta nos preços dos alimentos pode ser observado em outros fatores que estão indiretamente vinculados à fome no país.
De acordo com o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar, houve retrocesso nos dois últimos anos e a fome saltou de 10,3 milhões para 19,1 milhões.
Além disso, os preços dos insumos da cesta básica ficaram 16,79% mais caros em alguns lugares do Brasil somente na última semana.
Fontes: O Tempo, Folha da Região, O Presente Rural, FDR e EcoDebate.
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