Sobe taxa de subocupação: quem tem trabalho está disposto a trabalhar mais
Pesquisa realizada pelo IBGE(Instituto Brasileiro do Mercado de Trabalho) mostrou que dentre os indivíduos empregados, há os subocupados — aqueles que trabalham menos do que 40 horas semanais e desejam trabalhar um período maior —, classe que tem feito a taxa de subocupação crescer.
Ainda de acordo com o IBGE, a população brasileira em idade para trabalhar está dividida por indivíduos dentro e fora da força de trabalho.
Mas como funciona essa divisão? Saiba mais a seguir a respeito das pessoas dispostas a trabalhar mais.
Dados do IBGE sobre a taxa de subocupação

Estudos do IBGE demonstraram que estão contidos na força de trabalho cidadãos empregados ou desempregados (que estavam à procura de emprego, mas não obtiveram êxito).
Em vista das pessoas ocupadas, encontram-se as subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas que, no segundo trimestre de 2016, compuseram 4,8 milhões de brasileiros.
Já as pessoas que procuraram emprego e ao conseguiram (os desocupados), no segundo trimestre desse ano, chegaram a 11,6 milhões.
Assim, a somatória desses dois indicadores (subocupação e desocupação) resulta em cerca de 16,4 milhões de brasileiros que, não exercem o trabalho dentro do período que gostariam, ou se encontram desempregados.
No primeiro trimestre de 2021, a taxa de subocupação comparada ao total de indivíduos na força de trabalho subiu de 15% para 16% no segundo trimestre.
Aumento do número de freelancers
A crise social, econômica e financeira causada pela pandemia de covid-19 que se faz presente desde 2020, levou e tem levado muitas pessoas a atuarem como freelancers.
Para os 74% desses profissionais, o formato de trabalho home office imposto no ano de 2020 fez com que eles enxergassem o trabalho remoto como uma opção de carreira.
Neste ano, 41% dos profissionais que trabalham remotamente procuram maior flexibilidade quanto aos horários; outros 42%, mais satisfação no ofício que exercem.
Embora ocorra satisfação com o trabalho home office, 92% das pessoas submetidas à entrevista alegaram que trabalhar em casa por muito tempo em 2020 os afetou fisicamente de alguma forma.
Em longo prazo, o trabalho remoto pode causar impacto na saúde física
Ainda que a quantidade de pessoas satisfeitas com o home office tenha aumentado e isso esteja atrelado à taxa de subocupação, devido à longevidade do trabalho, o bem-estar físico foi impactado.
Isso porque, segundo a pesquisa, 92% das pessoas entrevistadas disseram que, de alguma forma, se sentiram afetadas fisicamente pelo fato de trabalhar em casa durante muito tempo.
Já outros 43% responderam que desde quando começaram a exercer o home office, se tornaram menos ativos e mais sedentários. Para 41%, permanecer por mais tempo diante a tela do computador resultou em dores de cabeça e fadiga ocular.
Enquanto 40% relataram problemas ergonômicos (postura inadequada) e 38% obtiveram aumento de peso indesejado. Somente 23% dos entrevistados alegaram ter obtido melhora no bem-estar físico, pois conseguiram mais tempo para dar atenção à saúde.
Quem faz freelancer está cobrando mais
De março de 2020 a março de 2021, a Workana (plataforma que compreende profissionais freelancers de vários âmbitos de atuação) realizou um levantamento que apontou em um aumento de 20% no tíquete médio de profissionais independentes.
Com isso, a plataforma observa que o número de projetos demandados tem crescido no último ano. Além disso, a busca de freelancers destinados às áreas de produção de conteúdo, marketing digital e TI/programação tem sofrido certo aumento.
Logo, Daniel Schwebel, gerente do Workana no Brasil, explicou em entrevista ao Valor Econômico que os freelancers podem ampliar alcance da atuação em vista dos serviços ofertados e assim, obter renda média mensal maior.
Fonte: Valor Econômico, Jornal do Comércio, G1, Ipea
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