Auxílio Emergencial 2021: Benefício não causa tanto impacto no comércio
Auxílio emergencial será menos utilizado nos comércios em comparação com o ano passado. Os recursos devem ser destinado para o pagamento de contas, acerto de dívidas e alimentação.
Queda no comércio
Em 2020, o auxílio emergencial contribuiu com o comércio brasileiro mas o efeito pode não ser o mesmo este ano.
A redução nos valores oferecidos nos novos pagamentos fez com que o benefício ficasse comprometido ao pagamento de contas de consumo.
Sendo assim, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, CNC, espera que o impacto no comércio em 2021 seja oito vezes menor em comparação com o ano passado.

Ou seja, a projeção para os caixas do comércio varejista é de R$12,75 bilhões. Essa quantia é proporcional a 31,2% do auxílio emergencial oferecido.
Ano passado o auxílio emergencial destinou cerca de R$103,8 bilhões ao consumo no varejo, aproximadamente 35,4% dos recursos oferecidos.
Auxílio emergencial
Os novos pagamentos do auxílio emergencial começaram a ser feitos no dia 6 de abril pela Caixa Econômica Federal.
Em 2020 o governo disponibilizou cerca de R$ 293 bilhões em cinco parcelas de R$ 600 e outras quatro de R$300.
Segundo o Ministério da Cidadania, aproximadamente 68 milhões de pessoas foram beneficiadas com o auxílio emergencial
Já em 2021, o governo limitou o benefício a R$ 44 bilhões em apenas quatro parcelas com valores entre R$ 150 e R$ 375.
Setores afetados
Fazendo um comparativo entre regiões distantes do país, o valor oferecido com o auxílio emergencial foi maior e melhor direcionado ao comércio, mas para 2021 o cenário é diferente.
De acordo com análise feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo, o auxílio emergencial deve injetar cerca de R $1,54 bilhão no varejo paulista em abril.
O valor é 3% mais baixo do que os recursos empregados no mesmo período no ano passado.
Em Pernambuco, a estimativa para este ano é que o auxílio emergencial injete cerca de R$ 2,4 bilhões nos cofres públicos e que 31,5% seja direcionado para o comércio.
Ano passo, Pernambuco recebeu cerca de R$ 16,2 bilhões do auxílio emergencial e se tornou o quinto estado que mais recebeu dinheiro.
Algumas projeções foram realizadas pela Fecomercio de São Paulo sobre os setores mais impactados pela redução de gastos com o auxílio emergencial. Veja:
- Lojas de vestuário, tecidos e calçados -68%;
- Concessionárias de veículos -56%;
- Lojas de móveis e decoração -41%;
- Loja de eletrodoméstico e eletrônicos -35%;
- Loja de autopeças e acessórios -12%.
Contudo, se não houvesse o auxílio emergencial a retração poderia chegar a 6% e, consequentemente, gerar perdas de quase R$3,1 bilhões.
De acordo com especialistas, os novos pagamentos do auxílio emergencial serão destinados para famílias que estão em situação de vulnerabilidade social e alimentar. Com isso, os recursos serão empregados para a compra de comida e pagamento de dívidas.
Lockdown
Além do pagamento reduzido proposto para a nova fase do auxílio emergencial, as determinações de lockdown realizada em diferentes estados brasileiros também contribui para a baixa no setor de comércios.
Um exemplo prático dessa prática se deu em setembro do ano passado, quando o benefício foi reduzido à metade, mas o varejo se manteve com vendas.
Naquele mês o nível de isolamento social, as condições de crédito e a inflação eram outras e contribuíram para o aquecimento do setor.
A realidade é diferente em diferentes partes do Brasil, atualmente, principalmente em São Paulo. O estado está em fase vermelha e com diversos segmentos comerciais impedidos de exercer suas funções.
A consequência disso é a queda no número de vendas e movimentação da economia na região.
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