Cebola, alho, carne e açúcar são os mais caros da cesta básica de 2021
Insumos presentes na cesta básica sofrem aumentos nos valores e fome se agrava no país. Conheça os alimentos mais caros e a posição do governo sobre o assunto.
Insumos caros
O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor e o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos fizeram um levantamento sobre os valores de insumos que compõem a cesta básica e concluíram que houve aumento de 16,79% em algumas regiões do país.
A dupla de temperos mais utilizada na cozinha dos brasileiros, a cebola e o alho, foram os itens da cesta básica que registraram maior variação de preço entre janeiro e maio de 2021.
No período mencionado, o quilo da cebola foi de R$3,74 e R$4,57, resultando em alta de 22,19%.
Já o quilo do alho teve alta de 14,85%, pois passou de R$26,13 para R$30,01 no mesmo período.

Também utilizada com frequência pela população brasileira, a lata de extrato de tomate de 350g registrou um aumento de 16,46%, passando de R$4,07 para R$4,74.
O pacote de 5 quilos de açúcar refinado foi de R$13,09 para R$5,02, totalizando alta de 14,74%. O pote de margarina de 250g foi reajustado em 13,19% passando de R$2,35 para R$2,66.
Enquanto o quilo da carne de segunda sem osso teve alta de 14,31% passando de R$31,45 para R$35,95, o quilo da carne de primeira foi de R$39,10 para R$43,51, registrando alta de 11,28%.
A dúzia de ovos brancos era R$7,32 e passou para R$8,07, ou seja, teve alta de 10,25%. O pacote de farinha de mandioca torrada com 500g sofreu reajuste de R$4,34 para R$4,75 e a alta de 9,45%.
O preço do pacote de macarrão com ovos de 500g teve alta de 7,43%, pois podia ser encontrado por R$2,69 e agora custa R$2,89.
Fome
O aumento do valor dos insumos das cestas básicas preocupa cada vez mais entidades da sociedade civil que se organizam para promover segurança alimentar, uma vez que o aumento da pobreza e da fome no Brasil é um dos piores já registrados.
Cerca de 19 milhões de cidadãos estão em situação grave em relação ao acesso à alimentação de acordo com o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar em Contexto de Covid.
De acordo com os dados, cerca de 55,2% da população brasileira sofre ameaça ao direito aos alimentos, principalmente mulheres pretas e chefes de família que possuem baixa escolaridade e atuam em emprego informal.
Apesar do cenário de fome, pobreza e do alto valor dos itens presentes em cestas básicas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, nesta quinta-feira, 17, em debate promovido pela Associação Brasileira de Supermercados, que que o brasileiro “enche o prato” e deixa “uma sobra enorme” de comida nas refeições.
O debate tratava de assuntos como rastreabilidade, sanidade e desperdício de alimentos no contexto de cadeias de produção e distribuição.
Guedes ainda aifrmou que “O prato de um classe média europeu, que já enfrentou duas guerras mundiais, é relativamente pequeno e, aqui, nós fazemos almoço e deixamos uma sobra enorme”.
O ministro ainda deu a entender que a “cultura” do desperdício alimentar no Brasil também é visível na produção e transporte dos alimentos, bem como na distribuição nos supermercados.
Outra citação de Guedes envolveu os restaurantes pois, segundo ele, fazem “almoço” além do necessário e isso ocasiona na “refeição em excesso” e que “todo alimento não utilizado pode alimentar pessoas fragilizadas, mendigos, desamparados… É muito melhor do que deixar estragar essa comida toda”.
De acordo com o economista Joilson Cabral a proposta de Guedes não tem lógica nem eficiência, pois “não é uma fala verdadeira, do ponto de vista econômico. O ministro está propondo uma espécie de “cata xepa”, para que os mais pobres lidem com os “restos””.
Cabral ressalta ainda que o governo deve investir em políticas que visam a redução do preço dos alimentos e, para isso, seria necessário controlar a oscilação dos preços dos alimentos, bem como reduzir tributos, especialmente aqueles empregados nos alimentos presentes na cesta básica.
Fontes: Correio Braziliense, Jornal de Uberaba e UOL.
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