Como a guerra na Ucrânia impacta o mercado imobiliário brasileiro? Investidores precisam ter cuidado

Elouise Lopes

23/03/2022

A guerra na Ucrânia tem influenciado de maneira considerável a economia de diversos países. Com o Brasil, o cenário não é diferente, já que o mercado imobiliário, entre outros, tem sido bastante impactado.

Convém comentar que o setor imobiliário já estava passando por uma frequente elevação de custos desde que a Taxa Selic começou a sofrer aumentos. Do ano passado para cá, foram nove aumentos consecutivos.

Nesta matéria do NoDetalhe, você fica sabendo como a guerra na Ucrânia influencia o mercado imobiliário brasileiro. Confira!

Impactos da guerra na Ucrânia no mercado imobiliário brasileiro

Como a guerra na Ucrânia impacta o mercado imobiliário brasileiro? Investidores precisam ter cuidado

Entenda como a guerra na Ucrânia gera impactos no mercado imobiliário brasileiro e saiba que outros mercados estão sendo impactados. (Imagem: Pexels/Divulgação)

A guerra entre Rússia e Ucrânia tem movimentado o mercado de capitais desde que começou, há algumas semanas. Isso se deve ao fato de que os conflitos entre os países colocam em risco diversas relações comerciais.

Em meio a esse cenário, sanções são impostas pelos países do ocidente em uma tentativa de conter os ataques russos, o que resulta em uma crise de suprimentos no mundo todo. Em se tratando especificamente do âmbito do mercado imobiliário, três grandes setores são impactados: logísticacrédito e agronegócio.

O cenário já estava comprometido antes da guerra, tendo em vista a pandemia do Covid-19, que por sua vez causou um choque de ofertas ao redor do globo e fez com que a alta inflação se tornasse cada vez mais evidente em todos os lugares do mundo.

Apesar disso, em dezembro de 2021, o Índice de Referência de Fundos Imobiliários (Ifix) tinha tocado o nível de 2.800 pontos. No entanto, após a guerra na Ucrânia, o Ifix tocou o nível de 2.700 pontos. Isso, em outras palavras, quer dizer que os preços embutidos nas cotas dos fundos imobiliários já refletem a piora no cenário econômico, bem como os efeitos do conflito na Ucrânia.

Investimentos imobiliários ficam menos atrativos com a nova alta da Taxa Selic

Desde março de 2015, a Taxa Selic sofreu nove aumentos consecutivos. Em um primeiro momento, ela saiu de 2% ao ano para 2,75%. Após um ajuste recente, que aconteceu depois dos conflitos entre Ucrânia e Rússia, a Taxa Selic ficou a 11,75% ao ano.

Em meio a isso, o que especialistas esperam é que a taxa de juros passe por novas altas no decorrer do ano.

Com isso, diferente dos ativos de renda fixa que, com a nova alta da Taxa Selic, passaram a oferecer uma rentabilidade maior, a categoria de fundos imobiliários ficou menos atrativa, apresentando maior risco e menor rentabilidade.

Quais os outros setores impactados pela guerra na Ucrânia?

Com as sanções que os países ocidentais vêm impondo para tentar conter os ataques russos, setores como o alimentício e o de energia têm sido amplamente impactados, diante do agravamento dos problemas de oferta de matérias-primas.

A razão por que o setor de alimentos no Brasil tem sido amplamente impactado é a forte representação da Federação Russa e da Ucrânia no comércio global de grãos. A Rússia é o sexto país no ranking de importações do Brasil e 62% das importações de adubos e fertilizantes realizadas pelo país são de origem russa. Sem a atuação dos países no setor, produtos agrícolas acabam em falta no mercado. Principalmente, milho e soja.

Em relação ao setor de energia, é interessante lembrar que a Rússia é uma grande produtora e exportadora de gás natural e petróleo no mundo. Sem ela, há redução de investimentos na exploração de petróleo gerada pela pandemia e pela bandeira ESG (Environmental, Social and Governance). A redução nos investimentos implica em os produtores não conseguirem atingir nível de produção suficiente para distribuir para o mundo.

Veja também: Taxa Selic a 11,75%: quanto está rendendo investir R$ 1.000 em Renda Fixa? Vale a pena?

Elouise Lopes
Escrito por

Elouise Lopes

Redatora WebGo Content e bacharelanda em Comunicação Organizacional na UTFPR.