Compradores mais velhos podem ter prestação 24% mais cara em financiamento de imóveis
A compra da casa própria é, para muitos, um sonho. Porém, para realizar esse sonho, é necessário considerar diversos aspectos, como o jurídico, o burocrático e o financeiro.
E o processo pode ser ainda mais complicado dependendo da sua idade.
Uma simulação, feita por uma empresa que atua como correspondente bancário, mostrou que mensalidade pode ser até 24,8% mais cara, dependendo da idade de quem financia.

Compradores mais caros pagam mais no financiamento de imóveis
Segundo especialistas, um comprador mais velho tende a arca com prestações mais altas no financiamento imobiliário, seja por causa do seguro obrigatório ou pelo prazo mais curto para pagar o financiamento.
Isso porque, em geral, o banco que faz o financiamento, leva em consideração diversos fatores para liberar o crédito, entre eles a capacidade de pagamento do comprador para uma dívida alta e de longo prazo, que pode chegar a 30, 35 anos.
O Estudo feito pela empresa comparou dois pedidos de financiamento, sendo o primeiro de uma pessoa de 35 anos e o segundo de um idoso de 65 anos.
Em ambos os casos, os valores do crédito e do imóvel, a taxa de juros e o prazo de pagamento foram os mesmos. Entretanto, o Custo Efetivo Total (CET) — que são todas as obrigações contidas na prestação mensal, não somente os juros, mas também os encargos, os seguros — precisou ser mais alto. Veja o resultado da simulação:
Seguro mais caro
A primeira coisa a se observar é que no financiamento de imóveis é obrigatória a contratação de dois seguros. Um deles é o MIP – Morte e Invalidez Permanente – que assegura que o credor irá receber o valor, ainda que o solicitante sofra algum acidente ou em caso de morte.
Nesse caso, o prazo de duração do contrato do seguro habitacional acompanha o do financiamento.
Para o Head Comercial de Felí, empresa que atua como correspondente bancário digital, Paulo Ciarlo, o maior impacto da idade do financiamento é encarecer o valor do seguro obrigatório MIP, o que eleva o CET:
Quanto maior a idade, maior o valor da parcela, por conta do valor do seguro que vai comprometer o valor da mensalidade — ressalta ele.
Além disso, há uma regra de que o tempo não pode ultrapassar 80 anos e 6 meses, somando a idade do contratante e o prazo de pagamento.
Ou seja: a última prestação não pode passar de 80 anos e 6 meses. Sendo assim, para fazer o contrato no prazo máximo, o limite de idade seria 45 anos.
Exigência de renda maior
As instituições financeiras, normalmente, querem uma garantia de que o contratante vai cumprir o contrato firmado. Por isso, o interessado no financiamento de imóveis deve comprovar sua capacidade de pagamento para as futuras prestações.
Isso considerando também o valor do seguro. Sendo assim, o cidadão com mais idade tem que provar maiores ganhos, mesmo em caso de imóveis iguais em comparação com uma pessoa mais jovem.
Além disso, com o prazo reduzido do parcelamento, a prestação tende a ficar mais alta, exigindo uma renda mínima mais elevada.
De acordo com Sergio Cano, professor do MBA de Gestão de Incorporação e Construção Imobiliária da FGV, mesmo nos casos em que há mais de uma pessoa para a composição da renda, o cálculo do seguro e do prazo de quitação levará em conta a renda do proponente mais velho:
Para o banco, o risco de crédito quando a pessoa é mais velha é maior, o que poderia implicar no acionamento do seguro — observa ele.
Vale ressaltar que os financiamentos imobiliários bateram recorde no mês de junho de 2021, somando R$ 19,66 bilhões. Segundo a Associação Brasileira de Crédito Imobiliário, esse foi o maior volume desde 1994.
O valor representa uma expansão de 12,5% em comparação com maio e um salto de 112,1% considerando junho de 2020.
As informações são do Jornal Extra.
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