
Já imaginou receber um delivery de gasolina em casa? Então, saiba que essa opção pode ser liberada, em breve, com alguns cliques. Essa é a proposta do Ministro da Economia, Paulo Guedes.
A ideia é que funcione como um iFood dos postos: os aplicativos de delivery levariam a gasolina ou o etanol para o cliente.
Por enquanto, essa alternativa de abastecimento está sendo testada em três bairros do Rio de Janeiro (RJ) e promete baixar o valor pago pelos combustíveis.

Delivery de gasolina quer ampliar a concorrência
Saiba que esse fator seria mais uma opção para ampliar a concorrência no setor e promover uma queda nos preços, consequências previstas também pelo governo ao publicar uma medida provisório que permite que os postos com bandeira revendam combustíveis de outras marcas.
Vale saber que o delivery de gasolina foi criado em 2019 se aprovação da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Entretanto, o órgão monitora constantemente o aplicativo.
Para a equipe de Paulo Guedes, a Lei da Liberdade Econômica e a resolução do Conselho Nacional de Políticas Energética (CNPE) permitem que haja ampliação de novas tecnologias que estimulem a concorrência do setor.
Outra brecha encontrada por Guedes foi a regulação Sandbox, que permite que a empresa ofereça um produto ou serviço sem, necessariamente ter um regulamento.
Entretanto, a permissão só é concedida se o órgão de controle monitorar o processo de excussão do produto e desenvolver regras para a inovação, caso seja necessário.
Países já contam com delivery de gasolina
Esta modalidade já está em vigor em outros países e mostra os riscos da realização do serviço sem normas estabelecidas.
Nos Estados Unidos, por exemplo, como Filld, WeFuel, Yoshi, Purple e Booster Fuel, começaram a operar com o delivery de combustível sem regulamentação.
Posteriormente, foi necessário definir limites para o tamanho dos tanques e os locais de abastecimento.
No Brasil, a ANP se submeteu à consulta pública regras pré-definidas para o funcionamento do delivery, como:
- Venda apenas de gasolina e etanol pelos apps;
- Limite de dois mil litros por veículo de entrega;
- Comercialização feita apenas dentro do mesmo município.
Saiba que os automóveis que irão realizar delivery devem ter equipamentos que permitem a análise de amostras de combustível, caso sejam abordados por fiscais.
Além disso, o sistema de vendas precisa estar conectado com a ANP e apenas os proprietários dos postos podem oferecer o serviço.
Por enquanto, existe um aplicativo em funcionamento nos bairros do Rio de Janeiro que estão em teste, o GoFit. Ele foi lançado pelos mesmos donos da Refit e está instalado em 90 mil celulares.
Preço mais baixo?
A lógica seria que com mais opções de fornecedores, os postos fossem obrigados a baixar o preço da gasolina e do etanol para competir com a concorrência. Isso porque o dono do aplicativo só vai ganhar com a taxa de intermediação.
Mas, conforme o professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA – USP), Paulo Feldman, explicou para o Auto Esporte, poucos empresários deverão entrar no aplicativo e aderir a essa tendência que resulta em muitos custos adicionais.
A empresa terá de ter um veículo específico para levar o produto, se trata de um carregamento delicado e muito perigoso, e que costuma ser caro. Além disso, terá de investir em equipe (funcionários para levar o combustível) e em publicidade, já que ainda é um serviço muito desconhecido”, diz.
Ele afirma que todo esse investimento não deve compensar, pois, para que o sistema seja atrativo, o preço da gasolina e do etanol terá de ser menor. No entanto, isso apresentaria prejuízos para os postos e deixaria de ser algo viável.
Ainda é necessário vender grandes volumes para a comercialização do combustível valer a pena. Qualquer empresário que fizer a conta não vai entrar nesse negócio”, completa.
Outro argumento apresentado por Feldmann é que poucas pessoas vão querer abastecer o carro em casa, já que estar do lado de fora de casa, o motorista tem mais opções de postos que oferecem outros serviços, como calibragem dos pneus, manutenção e lavagem.
Fonte: Auto Esporte