Com a sanção da lei que estende ofertas de empréstimo consignado para beneficiários do Auxílio Brasil, surgiram algumas dúvidas comuns sobre a medida.
Por isso, nós destacamos aqui alguns dos principais pontos sobre este novo tipo de empréstimo que vem sendo alvo de críticas de especialistas.
1 – O que é o empréstimo consignado do Auxílio Brasil?
O consignado é um tipo de empréstimo em que as parcelas mensais são descontadas diretamente da folha de pagamento.
Sendo assim, no caso do empréstimo do Auxílio Brasil, quando um participante do programa contratar o consignado, as parcelas serão descontadas do benefício mensal.
2 – Qual valor posso contratar?
Por lei, beneficiários do Auxílio Brasil podem contratar empréstimos que comprometam no máximo 40% do benefício mensal.
Ou seja, considerando a parcela de R$ 400 do programa, já que o Auxílio Brasil de R$ 600 é temporário, os beneficiários podem contratar créditos em que as prestações sejam de até R$ 160.
3 – Qual a taxa de juros do empréstimo do Auxílio Brasil
A lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) não estabelece um limite para os juros cobrados pelos bancos. Dessa forma, cada instituição financeira poderá definir quanto irá cobrar.
Antes mesmo da lei entrar em vigor, já haviam registros de empresas cobrando quase 100% ao ano pelo empréstimo do Auxílio Brasil. Para especialistas, existe o risco de bancos se aproveitarem da baixa instrução de beneficiários para lucrar.
4 – Quando o empréstimo fica disponível?
Com sanção da lei, os bancos já podem oferecer este tipo de empréstimo para beneficiários do Auxílio Brasil.
Mas enquanto algumas instituições financeiras já vinham fazendo pré-cadastro para disponibilizar o empréstimo, os principais bancos ainda aguardam a regulamentação de condições da modalidade para dar início às ofertas.
5 – Empréstimo do Auxílio Brasil vale a pena?
Muitos especialistas criticam a oferta de crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil, destacando que isso é um desvio da função do programa.
Afinal, o Auxílio Brasil é um benefício para ajudar famílias pobres com despesas básicas do dia a dia. Por isso, permitir que os bancos fiquem com quase metade do benefício e lucrem com juros em cima deste recurso, já foi classificado como um “absurdo” e uma “covardia”.
Sendo assim, o empréstimo do Auxílio Brasil não é recomendado para pagar contas básicas ou fazer compras desnecessárias. Isso porque ele compromete uma importante fonte de renda por um longo tempo.
Além disso, é importante destacar que quem não conseguir pagar empréstimo em dia, não poderá renegociar a dívida. Afinal, as parcelas são descontadas diretamente do valor do benefício.
Felipe Matozo
Jornalista, ator profissional licenciado pelo SATED/PR e ex-repórter do Jornal O Repórter. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.
