Financiamento de veículos usados cresce 9,7% em agosto
Em agosto, segundo dados da B3, no Brasil foram financiados 527 mil veículos (23 mil a mais comparado ao mesmo mês do ano passado), o que representa alta de 4,6% no período. Este aumento teve destaque no seguimento de financiamento de veículos usados, visto que a venda de modelos novos continua impactada.
Assim, conforme levantamento realizado pela B3, o mês de agosto teve aumento de 9,7% no financiamento de veículos usados; já os veículos novos sofreram queda de 6,4% no mesmo período.
Confira a seguir o que significa essa queda na venda de veículos novos e o crescimento no financiamento de automóveis usados.
Aumento na procura por carros usados

De acordo com levantamento feito pela Kelley Blue Book Brasil (KBB), organização especializada em pesquisas de veículos novos e usados, o primeiro trimestre de 2021 comparado ao mesmo período de 2020 teve aumento no preço dos veículos usados, cerca de 13,04%.
Nessa mesma pesquisa, em vista dos automóveis usados, os veículos considerados “mais velhos” obtiveram maior alta de preços (15,01%) no período analisado. Resultando assim, em uma elevação acima da média.
Diminuição na procura por carros novos e seminovos
Em 2020, o mercado de carros foi marcado pelo aumento da participação do financiamento de veículos usados e seminovos.
Isso é explicado pela ausência de peças que as montadoras encararam durante a pandemia e, por conseguinte, culminando na alta dos preços de veículos novos, fizeram com que os consumidores brasileiros buscassem a aquisição de automóveis usados.
À primeira instância, a escassez de semicondutores (exemplo de peça automotiva) em decorrência de restrições da pandemia de covid-19 não representou grandes transtornos às concessionárias, pois, elas se encontravam fechadas.
No entanto, conforme as lojas começaram a reabrir gradualmente, a demanda reprimida explodiu e, com isso, nem todas as pessoas que estavam à procura de um automóvel foram atendidas.
Aumento do valor dos veículos
Selecionamos abaixo os principais fatores que elevaram o preço dos automóveis. Confira:
Paralisação de fábricas
A escassez mundial de semicondutores, que foi impulsionada pela pandemia, prejudicou tanto à produção de smartphones quanto a cadeia automotiva. Esta, tem como exemplo o Chevrolet Onix, que deixou de ser fabricado em 5 de abril.
Com isso a disponibilidade de carros zero-quilômetro foi comprometida, resultando na impossibilidade de atender a demanda.
Esse desequilíbrio entre oferta e procura ocasionou no aumento dos preços de alguns produtos, como é o caso dos carros.
Baixo estoque de veículos usados e seminovos
Outro fator responsável por fazer com que os preços sejam jogados para cima, diz respeito a baixa quantidade de carros classificados como usados e seminovos nas lojas independentes e concessionárias.
O tempo entre a compra e a sua respectiva revenda, conhecido como “giro” dos carros de segunda mão, acerca de um ano era superior a dois meses. No momento, caiu para 30 dias.
Em vista disso, para compensar a queda no volume de veículos comercializados, lojistas independentes e concessionárias elevaram o preço dos automóveis.
Insumos e logística
Além da escassez de semicondutores, outros insumos e serviços primordiais na produção automobilística se tornaram ainda mais caros nos últimos dois anos, elevando o preço dos veículos.
Segundo divulgação realizada de janeiro de 2020 a janeiro de 2021 pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), o Brasil teve elevação no valor do aço, de resinas e elastômeros, no frete aéreo e marinho.
Além disso, entra em cena o valor da conta de energia, que tem subido neste ano devido à escassez de chuvas, o que faz com que a geração de energia hidrelétrica seja afetada, levando a recorrer às usinas térmicas, cujo valor de custo é maior.
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