
A inflação fez com que muitas pessoas preferissem sacar o dinheiro da poupança. Saiba que após quatro meses seguidos de captações líquidas, os saques da poupança superaram os depósitos em R$ 5,4 bilhões no mês passado. As informações são do Banco Central e foram divulgadas nesta segunda (06).
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Inflação acelera poupança
A diferença entre as entradas e retiradas haviam sido impulsionadas pela volta dos pagamentos do auxílio emergencial, mas em agosto, devido aos saques de R$ 301,3 bilhões ficaram negativas. Os aportes na caderneta foram de R$ 295,9 bilhões.
Considerando o rendimento de R$ 2,719 bilhões da caderneta em agosto, o saldo total das contas chegou a R$ 1.036 trilhão.
O economista e professor da Ibmec RJ, Gilberto Braga, explica em entrevista para o IG Economia que os saques se devem à necessidade de recomposição dos orçamentos familiares. Isso porque muitas pessoas mantêm a poupança como reserva de emergência.
Com gasolina, gás e alimentos mais caros, saques da poupança superam depósitos
Os saques na caderneta de poupança superaram os depósitos no mês de agosto em R$ 5,46 bilhões, após quatro meses de resultados positivos, como informou o Banco Central. É a primeira vez desde a volta do pagamento do auxílio emergencial, em abril, em que há um resultado negativo. Especialistas atribuem o movimento à alta da inflação.
No início do ano, durante os três meses em que não houve pagamento de auxílio emergencial, os números foram negativos na ordem de R$ 27,5 bilhões. Mas, com a instituição do novo benefício — ainda que bem menor ao pago em 2020 — a captação da poupança voltou a ser positiva, com R$ 3,8 bilhões, tendo sido junho o mês com mais alto valor em depósitos.
Para Gilberto Braga, economista e professor do Ibmec RJ, os saques se devem à necessidade de recomposição dos orçamentos familiares, já que muitas pessoas mantêm a poupança como reserva de emergência.
Diante da alta da inflação, que atinge sobretudo os alimentos e os combustíveis, os salários ficam defasados e perdem o poder de compra. Isso faz com que as pessoas tenham que recorrer ao dinheiro que possuem guardado. O fato do auxílio ainda ser pago não impede os saques porque o valor está muito reduzido, em relação ao período anterior”, opina Braga, que acredita que os saques irão se intensificar ainda mais até o fim do ano.
O especialista em finanças da Impacto Consultoria Financeira, Felipe Nogueira, também em entrevista ao Economia IG, concorda com a colocação de Braga.
Ele ressalta que a necessidade de saque ocorre para a não realização de empréstimos ou linha de crédito, já que a renda de muitas famílias diminuiu.
Entretanto, Nogueira comenta que as pessoas com renda mais alta que mantinham recursos na poupança têm despertado para melhores opções de aplicações, em busca de maior rentabilidade e isso tem contribuído.
É uma mudança de comportamento gradual. As pessoas também estão ganhando confiança em aplicações realizadas com menor valor, fazendo atualmente novos aportes, com mais capital”, explica Nogueira
Meses positivos
O mês de agosto foi o quarto neste ano em que os saques superaram os depósitos na poupança.
Em janeiro, fevereiro e março, os brasileiros também retiraram recursos da caderneta.
No acumulado de janeiro a agosto, a população sacou R$ 15,629 bilhões líquidos da caderneta.
Em 2020, a aplicação havia sido favorecida pelo pagamento do auxílio e chegou a registrar dez meses seguidos de depósito líquido.
No entanto, como o auxílio foi interrompido, o primeiro trimestre desde ano foi marcado pela retirada de recursos.
Além disso, devido às despesas tradicionais de início de ano, com IPTU, IPVA, matrícula dos filhos e material escolar, muitos brasileiros recorreram à poupança para fechar as contas.
O resultado foi positivo de abril a agosto, pois ele foi influenciado pela volta do auxílio emergencial.
Fonte: IG Economia