MEC vai criar a primeira universidade federal EaD do Brasil
Na quinta-feira (16), durante audiência pública na Comissão de Educação do Senado, foi divulgado que o Ministério da Educação (MEC) pretende criar uma universidade federal EaD — Educação a Distância.
Conforme o ministro da Educação, Milton Ribeiro, a intenção é fazer com que estudantes de todo o país tenham acesso à rede pública federal de ensino.
Saiba mais a seguir para entender do que se trata essa proposta do MEC.
Criação da primeira universidade federal EaD

O projeto consiste em formar um grupo constituído por especialistas, estes, indicados pelas universidades, terão a função de discutir sobre o formato do Reuni Digital.
Esse modelo educacional se trata de um projeto imposto pelo MEC, em que pretende aumentar o número de vagas na instituição e cumprir 12 metas do Plano Nacional de Educação (PNE).
De forma clara, com Reuni Digital, espera-se que o ensino remoto consiga expandir o número de universitários, levando até em consideração o surgimento de uma universidade federal EaD.
No entanto, a divulgação da ideia gerou muitas críticas de uma grande universidade federal.
Reação contrária ao Reuni Digital
Dentre as instituições universitárias do âmbito federal, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) foi a primeira a se pronunciar sobre a proposta governamental.
A instituição UFBA chegou a emitir um documento em que fez críticas à proposta, expondo a impossibilidade de haver universidade federal EaD relatando que:
Apresentar uma proposta de expansão de vagas, nas atuais circunstâncias, quando não se garantem as melhores condições para as vagas existentes, quando não temos garantia de suficientes recursos de investimento e de custeio para o sistema das universidades federais, implica aprofundar o sucateamento da nossa infraestrutura”, diz o documento.
Ainda de acordo com UFBA, o programa que o MEC quer levar à frente tende a ser prejudicial às universidades no que diz respeito à pesquisa e extensão, que ficará em segundo plano, pois, o foco do governo é voltado à manutenção das aulas.
Preocupação com qualidade de ensino da universidade federal EaD
Para o professor Marcelo Hermes-Lima, apoiador do governo federal, o problema em criar uma universidade federal digital não está na questão orçamentária, sim, na possibilidade de a qualidade da produção acadêmica sofrer uma queda.
Não adianta aumentar o dinheiro se não vai resolver o problema. O problema é que a média dos estudantes é cada vez pior. Com mais vagas, vai aumentar o percentual de alunos semianalfabetos nas universidades”, relata Marcelo, que atuou na elaboração do plano de governo de Bolsonaro no âmbito da educação.
Pedro Caldeira, o professor da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, concorda, relatando que os alunos chegam à universidade com pouca preparação. E afirma ao dizer:
Nem sei se conseguiremos preencher a totalidade das vagas disponibilizadas atualmente pelas universidades federais, quanto mais aumentá-las”, afirma.
Rápido crescimento da EaD
Segundo informações do Instituo Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), cerca de 6, 5188 milhões de universitários brasileiros são alunos de instituições privadas.
Em contrapartida, somente 2, 0812 milhões estudantes pertencem a universidades e institutos da rede pública de ensino.
A proporção de universitários em cursos presenciais tem caído; e, no caso de cursos virtuais, a quantidade de matriculados tem aumentado.
Fonte: Gazeta do Povo
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