Por que os preços estão TODOS altos? Conheça os principais responsáveis pela alta inflação

Marina Darie

18/10/2021

Seja em qualquer estabelecimento comercial ou em conta de serviços básicos, como energia elétrica, água e gás: os preços estão todos altos. O principal motivo para isso acontecer é o aumento, mês após mês, da inflação no país. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), por exemplo, subiu 1,16% em setembro. 

O IPCA é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A variação de setembro foi a maior para o mês desde 1994. No ano, o índice acumulou alta de 6,90% e, nos últimos 12 meses, ele ultrapassou os 10%: 10,25%. Para chegar ao resultado do IPCA, o IBGE avalia os preços de nove grupos de produtos e serviços. No mês passado, sete deles tiveram alta. 

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 28 de agosto e 28 de setembro de 2021 (referência) com os preços vigentes entre 29 de julho e 27 de agosto de 2021 (base). O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.”, informa o IBGE sobre como foi feito o cálculo referente ao mês de setembro. 

Quais são os vilões de os preços estarem todos altos?

Por que os preços estão TODOS altos Conheça os principais responsáveis pela alta inflação

Os preços de serviços e produtos estão todos altos! Veja quais fatores são os principais responsáveis por aumentarem a inflação. (Imagem: Matheus Cenali / Pexels)

Em setembro, os grupos que ficaram mais altos foram:

  • Habitação: +2,56%;
  • Transportes: +1,82%;
  • Alimentação e bebidas: +1,02%;
  • Artigos de residência: +0,9%;
  • Despesas pessoais: +0,56%;
  • Saúde e cuidados pessoais: +0,39%;
  • Vestuário: +0,31%

No caso da alta de Habitação, o responsável foi o custo da energia elétrica, que aumentou 6,47% no mês. Isso aconteceu porque, em setembro, houve a mudança de bandeira tarifária, instituída pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Ela passou da bandeira vermelha – patamar 2, para a bandeira chamada de “escassez hídrica”. Com ela, é acrescido o valor de R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.

Além disso, algumas cidades registraram reajustes tarifários na conta de luz. Entre elas:

  • Belém (9,43%): reajuste de 8,92%, em vigor desde 7 de agosto;
  • Vitória (7,35%) – reajuste de 9,60%, a partir de 7 de agosto; 
  • São Luís (6,33%) – reajuste de 2,20%, vigente desde 28 de agosto.

Outros fatores que levaram ao aumento do custo da Habitação foram taxa de água e esgoto, mudança na metodologia de cobrança das tarifas, preço do gás encanado e do botijão de gás. 

Com relação aos Transportes, o principal vilão pelo aumento do IPCA foi o custo de combustível, que subiu 2,43%. Todos eles tiveram altas: 

  • Gasolina: +2,32%;
  • Etanol: +3,79%;
  • Gás veicular: +0,68%;
  • Óleo diesel: +0,67%. 

O IBGE também afirma que o aumento de preços em serviços relacionados ao Transporte, como passagens áreas, transportes por aplicativos e tarifas de passagens de ônibus intermunicipais contribuíram para esse cenário atual. 

Como a inflação impacta a alimentação?

Antigamente, quem queria economizar dinheiro deixava de se alimentar em restaurantes e dava preferência para comer dentro de casa. Agora, com os preços todos altos por conta da inflação, os produtos para alimentação no domicílio subiram 1,19% em setembro. 

Confira quais deles mais aumentaram de preço, de acordo com o IBGE:

  • Batata doce: +20,02%;
  • Batata inglesa: +6,33%;
  • Tomate: +5,69%; 
  • Café moído: +5,50%; 
  • Frutas: +5,39%;  
  • Frango inteiro: +4,50%;  
  • Frango em pedaços: +4,42%;  
  • Queijo: 2,89%. 

Outro levantamento, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizado todos os meses pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta que o custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 11 cidades em setembro.

As cestas mais caras foram encontradas em São Paulo (R$ 673,45), Porto Alegre (R$ 672,39), Florianópolis (R$ 662,85) e Rio de Janeiro (R$ 643,06).

 

Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em setembro, 56,53% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em agosto, o percentual foi de 55,93%.”, informa o Dieese. 

Segundo informações da pesquisa, os alimentos que mais subiram de preço nas capitais e que fazer parte da cesta básica foram: 

  • Açúcar;
  • Café moído;
  • Óleo de soja; 
  • Pão francês;
  • Leite integral;
  • Manteiga;
  • Carne bovina de primeira. 

Fontes:IBGE e Dieese.

Marina Darie
Escrito por

Marina Darie

Formada em Jornalismo pela PUCPR. Atualmente está cursando Pós Graduação em Questão Social e Direitos Humanos na mesma instituição de ensino. Tem paixão por informar as pessoas e acredita que a comunicação é uma ferramenta que pode mudar o mundo!

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