Preço da gasolina pode chegar a R$8 o litro?
De acordo com recente pesquisa de preços publicada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, o preço do litro da gasolina comum passou de R$7 em cerca de quatro estados brasileiros. Mas será que ela pode aumentar ainda mais e chegar a R$8?
No estado do Rio de Janeiro, aproximadamente 255 postos de combustíveis registraram R$7,05 por litro de gasolina, enquanto o valor médio é de R$6,48.

Outros 39 pontos analisados no estado do Acre tiveram a média de preço por litro de R$6,45, enquanto o valor máximo registrado foi de R$7,13.
Já nos estados do Rio Grande do Sul e Tocantins os valores mais altos foram de R$7,18 e R$7, 36, respectivamente.
Preço médio da gasolina
Recentemente a Petrobras anunciou cerca de 3,5% de aumento no valor médio da gasolina nas refinarias, chegando a R$2,78 por litro.
A justificativa da entidade para aplicar o aumento foi o alinhamento perante a paridade internacional.
Para além da cotação nas refinarias, os valores nos postos de combustíveis variam conforme a adição de biocombustíveis obrigatórios, margens de distribuição e revenda.
Preço médio do etanol
Por ser concorrente direto da gasolina nas bombas, o etanol sofreu valorização de 2,22% e apresenta uma média de R$4,497 por litro.
Em relação ao preço de biocombustíveis é possível notar um avanço significativo nas usinas.
De acordo com o indicador Cepea/Esalq, o preço do etanol na praça de São Paulo passou de 9,2% desde a última semana de julho.
Inflação
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo aumentou 0,96% em julho, acumulando alta de 4,76%, no ano, e de 8,99% em 12 meses até o último mês.
Em comparação com a inflação, a gasolina subiu muito mais e causou um impacto de 0,09 ponto porcentual no IPCA de julho.
O combustível registrou alta de 1,55% no mês passado, acumulando um aumento de 27,51%, no ano, e de 39,65%, em 12 meses.
O aumento dos valores da gasolina nas bombas é menor que o reajuste nas refinarias que chegou a 51% no acumulado do ano.
Bolsonaro divulga informações falsas sobre o preço da gasolina
Recentemente, durante uma live em uma rede social pessoal, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) alterou diversos dados para apontar que a gasolina não está cara. Além disso, Bolsonaro ignorou os aumentos consecutivos dos preços este ano.
A gasolina tá cara? Não tá cara a gasolina, não. Não tá R$6,00, R$6,50, R$7,00, não é verdade. Tá custando na refinaria, o litro da gasolina, R$1,95, em média. O imposto federal, na casa dos R$0,70, valor fixo desde janeiro quando eu assumi. Então, tá na ordem de R$2,70 o preço da gasolina. O que ultrapassa o R$2,70, pra chegar a R$5,70? Aí é o frete, margem de lucro e ICMS. O ICMS, em média, é o dobro do imposto federal. Agora, quando aumenta na refinaria, que aumenta sim, é pouco, mas aumenta, o ICMS acompanha.” afirmou Bolsonaro durante a live.
Ao afirmar que o “litro da gasolina” custa R$1,95 na refinaria, o presidente forneceu uma informação falsa, pois até a semana anterior à fala a contribuição da Petrobras para o preço do litro na bomba era de R$1,97.
Depois o valor foi reajustado e a contribuição da estatal chegou a R$2,03. Além disso, Jair usou a expressão “litro da gasolina” de forma incorreta ao falar da fatia de 73% de gasolina que é misturada a 27% de etanol, compondo o combustível comum que chega às bombas.
Falas inconsistentes
Também foram percebidas diversas distorções de dados corretos, mas utilizados fora de contextos, bem como omissões de informações importantes para a compreensão do tema.
Apesar de Bolsonaro dizer corretamente que os impostos federais sobre a gasolina não foram reajustados, o valor dos tributos para a gasolina é maior do que o mencionado pelo presidente.
De acordo com dados da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes), o PIS/Cofins chegou a R$0,79 por litro e a Cide, em R$0,10 por litro no período mencionado.
Nesse caso, os impostos federais somavam R$0,89 por litro, superior aos R$0,74 mencionados pelo presidente.
Fontes: UOL, Correio Braziliense e Exame.
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