Preço do gás de cozinha pode passar dos R$ 100 após novo reajuste
Em alguns lugares, o preço do gás de cozinha se aproxima dos R$ 100,00, mas, apesar deste aumento pesar no bolso do consumidor, o mercado vê grande defasagem dos preços internos e espera novo reajuste.

Preço do gás de cozinha deve ter mais um reajuste
Vale saber que o gás é impulsionado pela demanda chinesa por matérias-primas petroquímicas, por isso, na região do Golfo do México, nos Estados Unidos, subiu quase 15% em um mês. Neste ano, o valor do produto tem alta acumulada de 96%.
Saiba que os preços desse combustível costumam subir durante o inverno no hemisfério norte, quando a demanda por aquecimento cresce.
Este ano, contudo, os preços subiram durante os meses de verão, quando os estoques normalmente são recompostos, devido à alta demanda internacional e à menor oferta global”, disse o Departamento de Energia dos Estados Unidos, conforme registrado pela Folha de São Paulo.
De acordo com a agência de informações do departamento, o movimento é global e o desequilíbrio entre a crescente demanda e a reduzida produção fez com que os preços dobrassem no período de um ano na Ásia e na Europa.
Desta forma, a tendência é que as elevadas cotações se mantenham nos próximos meses com possíveis impactos ao consumidor brasileiro, que já vem sofrendo com a escalada interna em meio um cenário de grande desemprego.
Sem reajuste desde o mês de julho
Vale saber que desde o início de julho a Petrobras não reajusta o preço do gás de cozinha, quando promoveu aumento de 6%, e vem operando abaixo da paridade de importação calculada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) há semanas consecutivas.
A Petrobras vem repetindo que mantém a política de alinhamento às cotações internacionais, mas “busca evitar o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa causada por eventos conjunturais”.
Além disso, a estatal alega que o conceito de paridade de importação varia conforme a estrutura e a eficiência comercial de uma empresa.
No entanto, segundo os dados da ANP, durante parte do ano, a Petrobras praticou preços do gás de cozinha acima da paridade de importação.
É importante lembrar que na semana passada, a Petrobras foi criticada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (DEM-AL), devido aos preços serem alterados com frequência. Na ocasião, Lira sugeriu que a empresa deveria “dividir com o povo brasileiro o pouco da riqueza”.
Mas, como faltamos, a Petrobras não mexe no preço do gás de cozinha desde julho. Mesmo assim, na última semana, o preço do botijão era R$ 98,33%, alta de 1,5% em relação ao praticado na semana anterior e de 5% em um mês.
Aumento incomparável
Em 2021, o preço médio do botijão de 13 quilos subiu 30%. No ano, a estatal aumentou o preço de refinaria em 38%, acompanhado a recuperação do petróleo e a desvalorização cambial.
Essa alta vem levando famílias de baixa renda a optar por lenha ou carvão para cozinhar, o que levou ao Congresso um esforço para aprovar um subsídio para a compra do combustível.
Na semana passada, o deputado federal Christino Áureo (PP-RJ) concluiu relatório sobre o projeto de lei que cria o programa Gás Social, para garantir metade do valor do botijão a inscritos nos programas sociais do governo com recursos dos royalties do petróleo e da Contribuição Cobrada sobre a Venda de Combustíveis (Cide).
Fonte: Folha de São Paulo
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