
O Governo do Rio Grande do Sul divulgou nesta semana que vai reduzir o intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina da Astrazeneca contra a covid-19. O período vai passar de 12 para 10 semanas.
A decisão foi tomada pela suspeita de dois casos da variante delta da doença no, que é de origem indiana. O governo gaúcho quer, com a antecipação da segunda dose, garantir a melhor resposta imune para a população com a chegada dessa nova variante do novo coronavírus.
Para essa cepa, é ainda mais necessário ter o esquema vacinal completo (…) Temos nesta semana um novo cenário na pandemia em território gaúcho, com duas suspeitas dessa variante, que se mostrou mais agressiva. Diminuímos o intervalo dentro da margem de segurança da efetividade da vacina, e acelerar a imunização completa da população com a dose 2”, afirma a diretora do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde do Rio Grande do Sul, Ana Costa.
De acordo com o presidente do Cosems/RS, Maicon Lemos, essa é a melhor forma de encarar o cenário da pandemia atualmente.
É muito importante deixar claro que há um fato novo, que muda o cenário da vacinação no Estado. Precisamos evitar ao máximo a contaminação por uma nova variante, agindo em todas as frentes para evitarmos mais internações e mortes”, explica Lemos.
Como vai ser feita a vacinação no Rio Grande do Sul com a vacina da Astrazeneca?

A antecipação de 12 para 10 semanas para a aplicação da segunda dose das vacinas contra a covid-19 vai ser feita nos imunizantes da Astrazeneca e da Pfizer.
Atualmente, a Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul tem 687.105 doses da Astrazeneca reservadas na Ceadi para serem distribuídas às Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) e aos municípios nos próximos dias.
Com elas, será feito apenas o adiantamento de duas semanas para a vacinação com a segunda dose. Nenhuma vacina, que estava planejada para ser aplicada como primeira dose, será utilizada para fins de antecipação do esquema vacinal.
A diminuição do intervalo da aplicação da segunda dose da Pfizer terá mais tempo para ser organizada, pois o período em que a ela deve ser distribuída para a população só começa no dia dois de agosto.
A redução do intervalo diminui a eficácia da vacina?
Segundo o Centro Estadual de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul, a diminuição do intervalo entre a primeira e a segunda dose pode levar a uma redução individual da eficácia do imunizante contra a covid-19. Ainda sim, a efetividade aumenta para interromper a circulação da variante delta.
Esta é a melhor conduta dentro do cenário que temos hoje. O adiantamento da dose 2 se mostrou efetivo em diversos países e garantimos a imunização completa em menor tempo”, reforça Lemos, doCosems.
Rio Grande do Sul segue exemplo de outros Estados que antecipam segunda dose
O Distrito Federal, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Santa Catarina também anteciparam a aplicação da segunda dose de algumas vacinas.
Em certos Estados, a redução do intervalo foi feita para imunizantes da Astrazeneca e da Pfizer. Outros, optaram por fazer isso apenas com a Astrazeneca.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que produz essa vacina no Brasil, estabeleceu o prazo de 30 a 90 dias para a aplicação da segunda dose. Já o Ministério da Saúde, ainda acha necessário esperar até os 90 dias.
Veja como está a situação em cada Estado que optou pela redução do intervalo entre as doses:
- Distrito Federal: antecipou as vacinas da Astrazeneca e Pfizer para 60 dias. Grupos prioritários vão participar desse processo;
- Espírito Santo: antecipou a vacina da Astrazeneca para 84 ou 70 dias;
- Maranhão: antecipou a vacina da Astrazeneca para oito semanas (56 dias) após a primeira dose;
- Mato Grosso do Sul: antecipou a vacina da Astrazeneca e da Pfizer para oito semanas (56 dias);
- Pernambuco: antecipou a vacina da Astrazeneca para o intervalo de 60 a 90 dias;
- Rio de Janeiro: antecipou a vacina da Astrazeneca de 12 para oito semanas (56 dias);
- Santa Catarina: antecipou a vacina da Astrazeneca para dez semanas.
Fontes: Governo do Rio Grande do Sul e Uol