Vendas do varejo cresceram1,2% nos últimos meses
As vendas do comércio varejista, em julho, cresceram 1,2% em comparação com o mês anterior. Com este resultado, o setor alcançou nível recorde.
Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados hoje (10).

Alta nas vendas do varejo
O IBGE destacou que este foi o quarto crescimento consecutivo desse indicador e que isso fez com que o volume de vendas dos comércios chegasse ao patamar recorde da série histórica da pesquisa, iniciada em 2000.
O resultado de junho apontava uma queda de 1,7% na comparação com maio. Mas foi revisado para a alta de 0,9% fazendo com que o setor passasse a registrar quatro crescimentos seguidos.
O IBGE afirmou que a revisão foi realizada pelo algoritmo de dessa sazonalidade aplicada sobre as pesquisas. Isso significa que não houve entrada de novos dados das vendas realizadas no mês.
Veja o gráfico divulgado pelo IBGE sobre as vendas do varejo mês a mês.

Em relação a julho do ano passado, o setor registrou alta de 5,7%. Esta é a quinta taxa positiva consecutiva na base de comparação.
No ano anterior, segundo o IBGE, o avanço chegou a 6,6% e no acumulado nos últimos 12 meses a alta permaneceu em 5,9%.
É importante saber que os resultados superaram as expectativas dos analistas. As projeções da pesquisa da Reuters apontavam alta de 0,7% na comparação mensal e de 3,45% sobre um ano antes.
Veja as vendas do comércio no acumulado de 12 meses, divulgado pelo G1:
- Julho/ 2020: 0,1;
- Agosto/ 2020: 0,5;
- Setembro/ 2020: 0,9;
- Outubro/ 2020: 1,3;
- Novembro/ 2020: 1,3;
- Dezembro/ 2020: 1,2;
- Janeiro/ 2021: 1,0;
- Fevereiro/ 2021: 0,4;
- Março/ 2021: 0,6;
- Abril/ 2021: 3,6;
- Maio/ 2021: 5,4;
- Junho/ 2021: 5,9;
- Julho/ 2021: 5,9.
Alta em 5 de 8 atividades
Saiba que 5 das 8 atividades pesquisadas tiveram alta na passagem de julho para julho.
O destaque positivo para o gerente da pesquisa do IBGE, Cristiano Santos, ficou com a de outros artigos de uso pessoal e doméstico, pois as vendas cresceram 19,1% no período.
Vemos uma trajetória de recuperação dessa atividade, que acaba por fazer grandes promoções e aumentar a sua receita bruta de revenda, num novo momento de abertura e maior flexibilização do isolamento social, o que gera maior aumento da demanda”, explicou.
Em contrapartida, o destaque negativo ficou com a atividade de livros, jornais e papelaria que registrou o pior resultado. Já as vendas de hiper e supermercados ficaram estagnadas.
No comércio varejista ampliado, que inclui atividades de veículos, motos, partes, peças e material de construções, as vendas tiveram 1,1% na passagem de junho para julho e 7,1% na comparação interanual.
Veja o desempenho de cada um dos segmentos em junho:
- Combustíveis e lubrificantes: -0,3%;
- Móveis e eletrodomésticos: -1,4%;
- Livros, jornais, revistas e papelaria: -5,2%;
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: 0,1%;
- Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 0,2%;
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 0,6%;
- Tecidos, vestuário e calçados: 2,8%;
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 19,1%;
- Veículos, motos, partes e peças: 0,2% (varejo ampliado);
- Material de construção: -2,3% (varejo ampliado).
Vendas crescem em 19 unidades da federação
De junho para julho, o comércio varejista cresceu em 19 das 27 unidades da federação. Os destaques foram para Rondônia (17,5%), Santa Catarina (12,5%) e Paraná (11,1%).
Já as maiores quedas foram em Minas Gerais (-2,1%), Rio Grande do Norte (-1,5%) e Amazonas (-1,4%).
É importante saber que a recuperação da economia brasileira segue desigual em um cenário de aumento das incertezas e de piora das expectativas em razão da tensão política, de agravamento da crise hídrica e de inflação de quase dois dígitos no acumulado em 12 meses, conforme o IBGE explicou.
Na última semana, o IBGE mostrou que a produção industrial brasileira caiu 1,3% em julho e, com isso, voltou a ficar no patamar pré-pandemia.
Na última pesquisa Focus, que reúne as projeções dos analistas, a inflação esperada para 2021 já chegava a 7,58%.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de alta foi reduzida para 5,15 em 2021 e para 1,93% em 2022.
Fonte: G1
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