Elis Regina faria 78 anos em março; entenda por que a morte da cantora ainda é um “mistério”

Entenda por que ainda hoje a causa da morte da cantora brasileira Elis Regina é um mistério. Em março deste ano, ela completaria 78 anos.


A icônica Elis Regina faleceu quando tinha 36 anos de idade e ainda hoje a causa da morte da cantora de Águas de MarçoMadalena é uma mistério. Em março deste ano, Elis Regina completaria seus 78 anos de idade.

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Ela faleceu no dia 19 de janeiro de 1982, causando uma grande comoção popular, que resultou em um cortejo pelas ruas da cidade em uma viatura do Corpo de Bombeiros, que levava o corpo de Elis.

Elis Regina faria 78 anos em março; entenda por que a morte da cantora ainda é um "mistério"
(Imagem: Reprodução/Internet)

Nas próximas linhas, você vai entender por que a causa da morte de Elis é um “mistério” ainda nos dias de hoje.

Causa da morte ainda é um mistério

Em um primeiro momento, com a morte de Elis Regina ainda recente, as autoridades concluíram que a causa teria sido ”mistura de álcool e cocaína”. É isso que inclusive consta no laudo médico.

Só que tem um “porém” aí. Alguns fatores contribuíram para que se levantasse uma suspeita se essa teria sido a causa da morte verdadeira.

Um desses fatores tem a ver com a pessoa que assinou o laudo de Elis, pois foi José Luiz Lourenço e Chibly Hadad, que na época era o diretor do IML Harry Shibata.

O médico era conhecido por ter assinado também o laudo de “suicídio” do jornalista Vladimir Herzog. O estranho foi que Herzog foi na verdade preso durante a ditadura militar e, em seguida, encontrado morto em sua cela.

Um caso tão polêmico e controverso quanto esse com certeza faz com que a assinatura de Hadad deixe resquícios de dúvidas. É claro que esse histórico impactou também nas conclusões, tanto do público quanto da mídia.

Outro fator que contribuiu para que surgissem dúvidas sobre esse laudo médico é que Elis Regina não tinha histórico de abuso de drogas. Os dois fatores juntos fizeram a família da cantora contestarem o documento.

O que aconteceu com Elis Regina?

De acordo com relatos, Elis e seu então namorado, o advogado Samuel MacDowell, receberam amigos no apartamento dela, que ficava em São Paulo.

Lá pelas 21h, os amigos se retiraram do apartamento. Já Samuel ficou lá ainda durante algumas horas a mais. Depois foi embora também, pelo que contou à polícia.

O namorado também contou que eles se ligaram no horário na manhã, e estavam falando pelo telefone quando percebeu que Elis passou a falar com “voz meio pastosa”.

Ela balbuciava as palavras e depois ficou a ligação ficou em completo silêncio.

Foi nesse momento que ele tomou a decisão de ir até o apartamento, e aí encontrou Elis caída no chão. Ele chamou a ambulância e ficou aguardando. Durante a espera, Samuel ainda tentou reavivar Elis, só que não teve sucesso, de acordo com a Elis Regina – Nada Será Como Antes.

Essa é a biografia da cantora, que Julio Maria escreveu e foi publicada em 2015.

Acontece que a ambulância demorou demais, e isso teria sido decisivo para a morte de Elis. O namorado ficou mais ansioso e resolveu chamar um táxi. Só que, ao chegar no hospital, já era muito tarde.

Pelo que consta na biografia, a médica responsável pelo primeiro atendimento a Elis declarou que “os sinais mostravam que a cantora havia chegado aos seus cuidados tarde demais”.

Amigos e familiares discordaram do laudo

O laudo de overdose não deixou os familiares da cantora de 36 anos de idade nem um pouco satisfeitos. Isso fez com que eles contestassem o laudo médico.

Além da família, o produtor musical e amigo de Elis Regina, Nelson Motta, também foi testemunha de que o que aconteceu foi uma fatalidade. Em uma entrevista à revista Quem, Motta se mostrou indignado, e disse:

“O laudo diz ‘mistura de álcool e cocaína’. Se mistura de álcool e cocaína matasse, 80% dos artistas da MPB estariam mortos. Por isso digo que foi acidente. Alguma coisa, que só Deus sabe, deu errado ali.”

O produtor musical ainda fez questão de reforçar que Elis não era uma pessoa que vivesse drogada. Ela pouco corria o risco de uma overdose por essa causa, já que, segundo ele, a cantora “bebia pouco, tendo fumado uns baseados no começo dos anos 1970″.

Mesmo com as contestações e o pronunciamento de pessoas próximas à cantora, o promotor da ação acabou pedindo o arquivamento do inquérito, um mês após o falecimento de Elis Regina. Ou seja, ficou por isso mesmo.

Redatora WebGo Content e bacharelanda em Comunicação Organizacional na UTFPR.