Crise hídrica fará a conta de luz subir em 60% em julho: saiba quanto você vai pagar


A conta de luz se tornou um dos principais vilões do consumidor durante o ano de 2021. Mas fique atento: ela vai ficar mais cara! Com a crise hídrica prevista para os próximos meses, a frequência de chuvas deve diminuir drasticamente em todo o Brasil.

Dessa forma, o volume dos reservatórios baixa e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai precisar acionar as usinas termelétricas, que têm custos altos. Assim, a conta de energia elétrica vai aumentar – e logo!

Estimativas feitas pelo Ministério de Minas e Energia indicam que a geração de energia por usinas termelétricas vai custar cerca de R$ 9 bilhões à população em 2021. 

De acordo com informações divulgadas pelo jornal O Globo nesta segunda-feira, a taxa de energia elétrica vai subir em torno de 60% já neste mês de julho. Se isso realmente acontecer, o valor da tarifa extra vai ficar em torno de R$10,00 a cada 100 quilowatts-hora (kWh).

O diretor geral da Aneel, André Pepitone,  já confirmou que um aumento será feito. Contudo, na semana passada, durante uma audiência pública virtual, Pepitone afirmou que a alta seria em torno dos 20%. Ele disse que a taxa cobrada pela Bandeira Vermelha Patamar Dois será reajustada. Atualmente ela custa R$ 6,243 para cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos. De acordo com o diretor da Aneel, ela vai ultrapassar os R$7,00. 

No mesmo dia em que Pepitone falou sobre o reajuste da bandeira vermelha patamar dois, ele anunciou que vai estender por três meses a proibição do desligamento da energia elétrica para consumidores inadimplentes. Essa medida foi tomada no início da pandemia e terminaria neste mês. 

“O objetivo da agência é atenuar o sofrimento da população mais vulnerável”, disse o diretor-geral da Aneel. 

A crise hídrica no Brasil

Brasil pode ter crise hídrica até 2022. Veja o que isso significa para a sua conta de luz.
Crise hídrica no Brasil pode levar ao aumento do valor da bandeira vermelha patamar dois em até 60%. Veja quanto ela pode custar. (Imagem: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

Desde o dia 28 de maio, cinco estados brasileiros estão sob alerta de emergência hídrica: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. De acordo com a Aneel, a falta de chuvas deve se alongar até o mês de novembro. Neste mesmo período, a bandeira vermelha patamar dois vai ficar em vigor. 

Alguns pesquisadores do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP), já afirmaram que a crise hídrica pode permanecer até 2022 no Brasil. A previsão é de que o inverno e o verão deste ano sejam mais secos do que o normal, com pouquíssimas chuvas. 

Antes do alerta de emergência hídrica ter sido implantado, o presidente Jair Bolsonaro já tinha dado uma declaração sobre o que estava por vir para os brasileiros. 

Nós estamos com um problema sério pela frente. Estamos vivendo a maior crise hidrológica da história. (É sobre) eletricidade. Vai ter dor de cabeça (…) demos mais um azar aí”, afirmou Bolsonaro.

O Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, falou em maio que essa será a pior crise hídrica no país desde 1931. 

Apesar disso, documentos obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo mostram que o Tribunal de Contas da União (TCU) alerta o Governo Federal sobre esse problema há pelo menos dez anos. Falhas no planejamento da capacidade de geração de energia, por exemplo, foram avisadas. 

Bandeiras tarifárias

Como o Governo Federal vai acionar as usinas termelétricas para a produção de energia no país, a bandeira utilizada para cobrar os consumidores será a vermelha patamar dois – a mais alta já criada pela Aneel. 

Mas como funcionam as outras bandeiras tarifárias? Veja os custos atuais delas. 

  • 🟢 Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo;
  • 🟡 Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. Cobrança adicional de R$ 1,34 a cada 100 kWh consumidos;
  • 🔴 Bandeira vermelha Patamar 1: condições mais custosas de geração. Acréscimo de R$ 4,16  a cada 100 kWh consumidos;
  • 🔴 Bandeira vermelha Patamar 2:  condições ainda mais custosas de geração. A cada 100 kWh consumidos, o acréscimo é de R$ 6,24.

Esse sistema foi implantado em 2015 em todo o Brasil, com exceção do estado de Roraima.

Fontes: Valor Investe, Poder 360 e CNN Brasil.

Formada em Jornalismo pela PUCPR. Atualmente está cursando Pós Graduação em Questão Social e Direitos Humanos na mesma instituição de ensino. Tem paixão por informar as pessoas e acredita que a comunicação é uma ferramenta que pode mudar o mundo!