Aumento do Gás: Quais fatores estão envolvidos nesse aumento? Entenda aqui!
O aumento no preço do gás de cozinha, item essencial nas casas brasileiras, vem preocupando os consumidores. O preço médio do botijão chegou a R$ 75,77 em janeiro, e ainda teve nova alta anunciada no início de fevereiro.
Segundo dados da ANP, alguns estados já registravam valores bem mais altos do que a média em janeiro. No Mato Grosso, por exemplo, o botijão de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) chegou a bater R$ 105. Com os novos reajustes do último dia 9 de fevereiro, o valor médio no país subiu 5,05%, o que representa R$ 1,81 por botijão.
Em 2020, o aumento no preço do gás de cozinha foi de 9,24%, segundo dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). O percentual é mais que o dobro da inflação oficial, que fechou o ano em 4,52%.
Mas qual o motivo de tanto aumento no preço do gás?
Um dos principais motivos para os constantes aumentos no valor do GLP e do combustível é a nova política de preços da Petrobras.
Desde 2019, a empresa altera os preços do gás, da gasolina e do diesel sem periodicidade definida. Ou seja, as mudanças nos valores podem acontecer a qualquer momento, fazendo as altas se tornarem mais constantes.
Com essa mudança, a Petrobrás pode mudar os preços conforme as condições do mercado. As principais influências para as alterações por parte da empresa são as cotações do petróleo e do dólar.
Antes de adotar essa política de reajustes, a Petrobrás tinha de rever os preços a cada três meses, levando em consideração uma médias de cotações dos 12 meses anteriores.
Mas com o fim desta periodicidade, as altas no preço do gás passaram a se acumular. Mesmo tendo subido os preços do GLP em 5% em dezembro, o primeiro reajuste de 2021 foi anunciado pela Petrobras em janeiro: alta foi de 6%. Como o segundo reajuste aconteceu já em fevereiro, o ano inicia com média de um aumento por mês.
Mas se levar em conta os últimos nove meses, a média de reajustes é mais de um por mês. Neste período, foram 11 aumentos no preço do gás. Como o valor é referente aos preços nas refinarias, não quer dizer que o reajuste necessariamente será sentido pelo consumidor final, mas a tendência é que distribuidoras e revendedoras repassem o aumento para os clientes.
Cotações do petróleo e do dólar são as principais condições para reajustes
Como seu nome já diz, o GLP (gás de cozinha) é produzido a partir do petróleo, e quem define o preço do petróleo é o mercado internacional. Nestes primeiros meses de 2021, ao alta nos valores dos petróleos Brent e WTI já chegam a quase 10%, o que impacta na política de preços da Petrobrás.
No ano passado, os preços chegaram a cair consideravelmente no início da pandemia. Isso porque as medidas de distanciamento social que muitos países adotaram fizeram diminuir o consumo de combustíveis.
Durante o período de reabertura das economias, o preço do petróleo voltou a subir, mas encerrou 2020 com uma queda de 20%. Entretanto, diferentemente do que vem acontecendo neste momento de alta do petróleo, o consumidor brasileiro não sentiu os efeitos da queda no seu bolso.
Uma das justificativas para isso é a outra “condição do mercado” que mais influencia as políticas de preço da Petrobras – a cotação do dólar. Em 2020, a moeda estadunidense disparou quase 30%, enquanto o Real foi a moeda com pior desempenho no mundo.
Como a cotação do petróleo é em dólar, a matéria-prima do gás de cozinha tem seu valor afetado por esta alta – que continua nestes primeiros meses de 2021.
Aumento do gás força os brasileiros a encontrarem alternativas
Como a maioria dos brasileiros utiliza fogão a gás, uma das poucas alternativas que restam é economizar. Nesse sentido, preparar alimentos em panelas menores sempre que possível está entre as principais dicas para diminuir o consumo.
Além disso, outra opção é utilizar mais equipamentos diferentes do fogão a gás, como o forno elétrico e o próprio micro-ondas. Estes equipamentos podem ser usados em diversas situações diferentes, e diminuem a dependência do gás.
Para mais dicas de como economizar gás, recomendamos a leitura deste artigo do blog da Atlas, que traz uma série de sugestões.