Auxílio emergencial: Bolsonaro negocia com ministro Guedes o retorno do benefício. Entenda

Flavio Carvalho

10/02/2021

Pressionado para renovar o auxílio emergencial desde o fim do benefício, o presidente Jair Bolsonaro finalmente admitiu que está negociando com o ministro Paulo Guedes o retorno do benefício. Veja, aqui, mais informações sobre a volta.

auxilio emergencial 2021

Retorno do auxílio emergencial

O presidente confirmou que está em negociação com Paulo Guedes (ministro da Economia), Onyx Lorenzoni (ministro da Cidadania) e Rogério Marinho (ministro do Desenvolvimento Regional) para renovar o auxílio emergencial para 2021.

Bolsonaro não deu mais informações de como e quando isso acontecerá, mas informou que a equipe está analisando limitações fiscais para o governo conseguir expandir seus gastos e pagar novamente o auxílio.

De acordo com o presidente, o país está no seu limite de endividamento, o que é uma preocupação, porque a renovação do auxílio emergencial aumentaria ainda mais os gastos.

A ideia é conciliar a concessão do benefício a quem mais precisa com um cuidado maior com o mercado, investidores e contratos, para não gerar um superendividamento e manutenção do país no patamar econômico que está hoje ou pior.

Pressão para renovação

Desde dezembro de 2020, quando finalizou o auxílio emergencial, o governo vem sofrendo uma pressão da oposição para renovação do benefício em 2021.

Inclusive, os novos presidentes da Câmara e Senado (Arthur Lira e Rodrigo Pacheco), já defenderam a retomada em suas campanhas de eleição às casas legislativas.

Há, ainda, outro fator agravante: a popularidade do presidente vinha caindo cada vez mais após o fim do auxílio emergencial, o que gerou um receio em seus aliados de que perdesse apoio dos brasileiros, dificultando uma reeleição.

Desde então, o governo federal vem estudando formas de distribuição de renda para sanar problemas econômicos causados pela pandemia do novo coronavírus.

Está em pauta a liberação de novos saques do FGTS emergencial, porém em valor reduzido. Antes, o trabalhador poderia sacar um salário mínimo, se tivesse saldo.

O valor sairia inicialmente de contas inativas. Se não chegasse a um salário mínimo, seria retirado de contas ativas (aquelas que o empregador ainda realiza depósitos).

Se o FGTS emergencial for confirmado, a estimativa é que o valor seja de R$ 500,00, para manter a sustentabilidade do programa e evitar o corte de outros benefícios, como uso do valor para pagamento de imóveis.

Novo auxílio emergencial

A extensão do auxílio emergencial começou a ser discutida depois do aumento do número de casos e mortes por Covid-19 no país, o que deve atrasar a retomada da economia.

De acordo com dados do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), o fim do auxílio emergencial fez com que mais de dois milhões de brasileiros entrassem na linha de pobreza, iniciando o ano de 2021 em situação precária.

Quando o presidente assumiu uma discussão para renovação do benefício, o mercado reagiu negativamente porque o auxílio emergencial gera uma despesa nova fora do teto de gastos e não foi apresentada, até o momento, uma contrapartida com cortes de despesas em outros setores.

Então, como o governo federal fará para atender a população que mais precisa e satisfazer o mercado financeiro? Ainda não foram divulgadas novidades, mas há algumas estimativas.

Uma delas é de que o Ministério da Economia crie um auxílio emergencial novo com pagamento de um valor reduzido, apenas três parcelas de R$ 200,00. Lembrando que quando anunciado, o benefício pagava parcelas de R$ 600,00.

Além disso, o novo auxílio emergencial reduziria o número de beneficiários. Desta vez, não incluiria quem já recebe algum benefício do governo federal. Portanto, quem recebe Bolsa Família ficaria de fora.

A ideia é rebatizar o auxílio emergencial como BIP (Bônus de Inclusão Produtiva) e para recebê-lo o beneficiário terá de participar de um curso de qualificação profissional.

No mercado, há quem ache a proposta do curso de qualificação profissional descabida, porque o beneficiário realizará um curso para se capacitar, mas não há emprego para exercer seu conhecimento.

Além disso, a necessidade de realização do curso demandará que o beneficiário tenha internet em casa ou se locomova até um local, o que exigiria o comprometimento de sua renda, ou seja, de parte do auxílio.

Mas, há quem acredite que a proposta de obrigar beneficiário a fazer um curso é interessante, para requalificar trabalhadores e dar novas oportunidades a eles quando a economia estiver aquecida.

Flavio Carvalho
Escrito por

Flavio Carvalho

Gestor de Projetos e Pessoas da WebGo Content. Especialista em SEO e novos Projetos. Formado em Relações Públicas (PUC/PR) e experiência de mais de 10 anos no Marketing Digital.

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