Casa própria: Financiamento está mais caro Brasil – Entenda

Flavio Carvalho

09/12/2021

O financiamento da casa própria no Brasil sofre um impacto todas as vezes que o Banco Central eleva a taxa Selic. Embora a taxa básica de juros seja uma tentativa de controlar a inflação, ela acaba por impactar toda a economia.

Isso ocorre porque ela é usada como referência para calcular, por exemplo, o valor de alguns investimentos, como é o caso do financiamento imobiliário. 

Atualmente, a taxa Selic está no patamar de 7,75%, ao passo que os bancos já começam a aumentar as suas tarifas, já que é preciso ter uma base de crédito para o serviço. 

Até mesmo a Caixa Econômica Federal elevou o tarifário para quem sonha em ter um imóvel – o banco mais procurado pelos brasileiros para financiar a casa própria por meio do Minha Casa, Minha Vida ou Casa Verde Amarela.

Qual é a dificuldade atual para financiamento imobiliário de casa própria?

A dificuldade está na questão da mensalidade do investimento imobiliário, exatamente porque o valor fica mais alto com taxas que chegam a 8,99% ao ano, mais a taxa referenciada, algo que atinge cerca de R$ 1.496,61 no valor da prestação.

Com isso, o compromisso de milhões de famílias com uma dívida de longo prazo vai exigir uma renda bem maior.

Casa própria Financiamento está mais caro Brasil - Entenda (2)

Fonte/Reprodução: original

O financiamento imobiliário está mais caro para o contratante de certos bancos.

Veja como tem sido o posicionamento dos principais bancos no Brasil:

Caixa – Casa própria

A Caixa continua a passar a imagem de que é a instituição que oferece as melhores condições para as pessoas que desejam adquirir um imóvel. 

A modalidade de crédito mais procurada é a Poupança Caixa, que recebe recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo). No momento, o banco passou a taxa mínima de 3,35% para 2,95% ao ano, com o acréscimo da remuneração da poupança.

Isso é possível desde o último comunicado do presidente do banco, Pedro Guimarães, sobre reduzir os juros sobre o financiamento imobiliário, feito em setembro.

Segundo ele, o banco tem passado por uma rentabilidade maior como efeito da alta da Selic, que proporciona captação de 70%, 80% do CDI.

Em contrapartida, a modalidade de crédito pelo SBPE mas com taxa referenciada aumentou. Antes, quem contratava era de 8%, ao passo que hoje, está em 8,99%.

Itaú

O Itaú está com seu tarifário no mesmo patamar desde 15 de setembro, quando a opção de Crédito Imobiliário Tradicional subiu de 7,3% para 8,3% + taxa referenciada a.a.,  enquanto que os juros da poupança reduziram de 3,45% para 2,99% ao ano somado ao rendimento da poupança – algo próximo do que a Caixa faz.

Santander

O financiamento imobiliário está mais caro para contratantes do Santander, pois o banco reajustou sua taxa em setembro, de 7,99% a.a. iniciais + TR para 8,99% a.a. iniciais + TR.

Banco do Brasil

Atualmente, o Banco do Brasil oferece juros de 7,58% a.a. iniciais +TR, os quais podem variar de acordo com perfil do cliente, prazo solicitado e relacionamento com o BB. 

Bradesco

Para financiar um imóvel, ou sua casa própria, os clientes escolhem entre duas linhas: 8,90 % ao ano mais TR , por meio do Sistema Financeiro Habitacional (SFH) e a Poupança+ com taxa fixa de 2,99% mais o rendimento da poupança, que está em 5,43% (acompanha as variações da Selic).

O que levou as instituições a elevarem suas taxas no financiamento da casa própria?

Os consecutivos aumentos são percebidos desde março deste ano, que saiu de 2%, passou por 6 reajustes seguidos até chegar nos recentes 7,75%. Certamente, essa variação representa mais ganhos para os bancos.

Contudo não é somente a taxa básica de juros que influencia. Taxas de juros de longo prazo – que movimentam a macroeconomia do país – já são consideradas pelos bancos, já que o financiamento imobiliário dura de 20 a 35 anos.

Afinal, a expectativa é ainda maior para que a Selic tenha novos aumentos daqui pra frente, juntamente com as taxas de longo prazo. Como resultado, é de esperar que o financiamento imobiliário fique mais caro em 2022, o que significa que deve voltar a dois dígitos.

Flavio Carvalho
Escrito por

Flavio Carvalho

Gestor de Projetos e Pessoas da WebGo Content. Especialista em SEO e novos Projetos. Formado em Relações Públicas (PUC/PR) e experiência de mais de 10 anos no Marketing Digital.