Combustível mais barato? Manobra do governo Lula promete redução considerável

Alexandre G. Peres

17/05/2023

A Petrobras anunciou uma redução significativa no preço da gasolina nas refinarias, prometendo uma gasolina mais barata para os consumidores brasileiros. A redução, de 12,6%, equivale a R$ 0,40 a menos por litro, a partir já dessa semana.

Mas, o que isso realmente significa para o consumidor médio? E o que isso implica para a economia brasileira como um todo?

Redução do preço da gasolina

Combustível mais barato Manobra do governo Lula promete redução considerável

Combustível mais barato Manobra do governo Lula promete redução considerável

Atualmente, o preço médio da gasolina nos postos é de R$ 5,49 por litro, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Com a redução anunciada, os analistas preveem uma queda de até 8% no preço nas bombas nos próximos dias.

Isso significa que a gasolina mais barata pode chegar a custar em média R$ 5,05 por litro.

Antes de comemorar a gasolina mais barata, é importante lembrar que a redução não é repassada de imediato ao consumidor.

Então, quando exatamente podemos esperar ver essa queda nos preços nas bombas? A resposta é: nos próximos dias.

De onde veio essa redução?

A mudança no preço da gasolina é resultado de uma alteração na política de preços da Petrobras.

A empresa abandonou o PPI (preço de paridade de importação) como base principal para os reajustes, que atrelava os valores dos combustíveis aos do mercado internacional de petróleo.

O que significa esse abandono do PPI na prática?

O PPI, que estava em vigor desde 2016, atrelava os preços dos combustíveis no Brasil aos valores do mercado internacional de petróleo.

Isso significava que qualquer flutuação nos preços internacionais do petróleo ou na taxa de câmbio do dólar teria um impacto direto e imediato nos preços da gasolina e do diesel vendidos no Brasil.

Com a nova política, a Petrobras usará duas referências de mercado: o custo alternativo do cliente e o valor marginal para a Petrobras.

O custo alternativo do cliente leva em conta as principais alternativas de suprimento, seja de fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos.

Já o valor marginal para a Petrobras é baseado no custo de oportunidade, considerando as diversas alternativas para a companhia, como produção, importação e exportação do produto em questão e/ou dos petróleos utilizados no refino.

Essa mudança na política de preços foi anunciada pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que destacou que a nova estratégia busca maximizar as vantagens competitivas da empresa e usar essas vantagens a favor do país, sem se afastar da referência internacional dos preços.

O que o governo Lula tem a ver?

A mudança na política de preços da Petrobras tem sido vista como uma promessa cumprida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante sua campanha eleitoral, Lula prometeu uma mudança na política de paridade de preços, que foi adotada durante o governo de Michel Temer. A política de paridade de preços foi criticada por refletir diretamente e automaticamente no mercado interno as flutuações dos preços internacionais.

No entanto, a nova política de preços também levantou algumas questões. Como o petróleo é uma commodity e o seu preço varia de acordo com o mercado internacional, há dúvidas sobre como a nova política funcionará na prática.

Além disso, o Brasil importa 30% do diesel que consome, e um desalinhamento dos preços pode desestimular a importação do produto.

Impacto econômico

A redução no preço da gasolina deve aliviar a inflação oficial, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), em 0,3 ponto percentual em maio e junho.

No entanto, essa trégua pode ser temporária, pois, em julho, há previsão de reajuste das alíquotas do ICMS sobre a gasolina e etanol anidro. Isso pode levar a um aumento de 10% a 12% no preço da gasolina.

Apesar da redução no preço da gasolina, os economistas afirmam que isso não altera a previsão da inflação do ano de 2023, que está em torno de 6,2%. Isso porque a queda nos preços agora pode ser compensada pelo aumento em julho, neutralizando o efeito.

Alexandre G. Peres
Escrito por

Alexandre G. Peres

Editor, redator e revisor da WebGo Content, graduado em Letras – Português/Inglês. Tem experiência com redação, revisão e editoração de textos para Web.

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