Edições de Dom Quixote são leiloadas por R$ 2,8 milhões; veja 3 livros que também valeram muita grana!

Felipe Matozo

27/12/2022

Em dezembro de 2022, dois volumes raros de Dom Quixote foram leiloados por 504 mil euros (cerca de R$ 2,8 milhões). Apesar do alto valor, os exemplares estão longe do topo da lista de livros mais caros da história.

Por que os dois volumes de Dom Quixote custaram tão caro?

Os dois exemplares trazem edições diferentes da clássica obra de Miguel Cervantes (1547-1616) e foram impressos no século 17, poucos anos após a publicação da primeira edição de Dom Quixote, em 1605.

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Um deles é a terceira edição do Livro I de “O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de la Mancha”, impressa em 1608, 414 anos atrás. Enquanto isso, o outro volume é a primeira edição do Livro II, de 1615.

Segundo a especialista Anne Heilbronn, responsável por livros e manuscritos da Sotheby’s, companhia que organizou o leilão dos exemplares, os dois livros são “únicos”, já que foram encadernados juntos no século 18 para um colecionador.

Além disso, o alto valor dos volumes, leiloadas por R$ 2,8 milhões, está relacionado à raridade deste exemplares. Afinal, é bastante difícil encontrar edições de Dom Quixote com encadernações tão antigas.

Apesar da “idade avançada”, a primeira vez que os dois livros foram exibidos ao público foi duas semanas antes do leilão, no dia 14 de dezembro de 2022, segundo a agência AFP. Os volumes foram adquiridos por um comprador anônimo.

Antes disso, eles haviam pertencido ao diplomata boliviano Jorge Ortiz Linares (1894 – 1965). Ortiz era colecionador de obras representativas do romance moderno, e comprou os dois volumes em dezembro de 1936, quando pagou 100 libras da época pelo Livro I e 750 libras pelo Livro II, segundo Heilbronn.

Livros mais caros do que os dois volumes de Dom Quixote

Os 504 mil euros pagos no leilão dos dois exemplares de Dom Quixote nos guiam para outras vendas exorbitantes de livros raros. Na verdade, alguns valores fazem com que esse preço pareça baixo.

A seguir, conheça alguns dos livros mais caros da história, exemplares que custaram alguns milhões de dólares, e entenda por que eles são tão valiosos.

Código Leicester – Leonardo da Vinci

O Código Leicester (ou Códice Hammer), é uma compilação de textos e desenhos de Leonardo da Vinci, reunidos entre 1508 e 1510.

Ao todo, são 72 páginas com estudos de diferentes áreas que mostram a relação entre arte e ciência na visão de um dos maiores pensadores da história da humanidade. Além disso, o livro ainda inclui textos autobiográficos e relatos de viagens de da Vinci.

Em 1994, o empresário e fundador da Microsoft Bill Gates adquiriu o manuscrito por 30,8 milhões de dólares em um leilão em Nova Iorque.

Bay Psalm Book – 14,2 milhões de dólares

Em 2013, o “Livro de Salmos da Baía” (em tradução livre) foi comprado pelo banqueiro e bilionário estadunidense David Rubenstein em um leilão por 14,2 milhões de dólares (R$ 32,6 milhões na cotação da época).

O livro de 1640 foi o primeiro a ser impresso em território americano, o que ajuda explicar seu alto valor. Atualmente, existem apenas 11 cópias do livro.

O Bay Psalm Book é uma tradução do Livro de Salmos que representa um símbolo da identidade dos Estados Unidos, escritos poucos anos após a “grande migração” puritana da Inglaterra para a baía de Massachusetts.

Evangelho de São Cuteberto – 14,2 milhões de dólares

Esta é uma cópia em latim do Evangelho de São João que data do século 7. O documento tem o tamanho de um livro de bolso e acredita-se que ele foi colocado no caixão de São Cuteberto em 698.

Encontrado no túmulo do religioso em 1104, quando seus restos mortais foram transferidos para a Catedral de Durham, o Evangelho de São Cuteberto ainda mantém suas páginas e encadernação originais e é o manuscrito intacto mais antigo da Europa.

Ele foi comprado pela British Library em 2012 por 9 milhões de libras (14,2 milhões de dólares). Para a aquisição, a instituição arrecadou metade do preço final do livro em doações do povo britânico.

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Felipe Matozo
Escrito por

Felipe Matozo

Jornalista, ator profissional licenciado pelo SATED/PR e ex-repórter do Jornal O Repórter. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.

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