Militares propõem prática polêmica para as eleições de 2022
Entenda a recentemente proposta dos militares que prevê a realização de uma espécie de "votação paralela" nas eleições de 2022.
Na última quinta-feira (14), durante uma audiência pública no Senado, o Ministério da Defesa fez uma sugestão para as eleições de 2022 que vendo chamando negativamente a atenção de especialistas na área: uma espécie de “votação paralela” de teste, usando cédulas de papel para testar a “integridade” das urnas.
O coronel Marcelo Nogueira de Souza, chefe da equipe das Forças Armadas que integra o grupo de Fiscalização do Processo Eleitoral, explicou aos senadores como funcionaria na prática essa sugestão.
A ideia é manter nas seções eleitorais uma espécie de “urna paralela“. No dia da votação, alguns eleitores seriam chamados para voluntariamente liberar esta urna paralela através da biometria, enquanto servidores, de forma não oficial, votariam em uma cédula de papel, para confirmar que a urna registrou a escolha do candidato correto.
Ao término da eleição, as urnas seriam comparadas com o Boletim de Urna para ver se não houve qualquer tipo de alteração no resultado.
“Essa abordagem, pela escolha aleatória das urnas para teste, modificaria pequenos procedimentos no que está estabelecido, mas traria um grau de segurança e de certeza maior em relação a possível ameaça tanto do código interno quanto de hardware“, defendeu o coronel.
Bolsonaro e seus aliados, além dos militares, vêm frequentemente adotando um discurso que tenta deslegitimar o processo eleitoral e a segurança das urnas eletrônicas para as eleições de 2022. Porém, após três rodadas de auditoria, o Tribunal de Contas da União concluiu que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já adota mecanismos adequados e internacionalmente reconhecidos para garantir uma eleição limpa.
TSE já realize teste com cédula
Em uma nota divulgada em 2021, o Tribunal Superior Eleitoral já explicou que realiza um procedimento bastante semelhante ao proposto recentemente pelo coronel Marcelo Nogueira de Souza.
O teste começa no mesmo horário da votação, logo após a impressão da “zerésima”, documento que comprova que não havia votos previamente registrados na urna eletrônica.
No processo, representantes de partidos políticos e coligações votam em cédulas impressas, que são depositadas em urnas lacradas. Depois disso, os votos das cédulas são digitados um a um, em um ambiente totalmente monitorado por câmeras, na própria urna eletrônica e em um computador do TSE.
No final, após a impressão do Boletim de Urna, os votos das cédulas são comparados com os dados da Urna Eletrônica para verificar se ela funcionou corretamente durante a eleição.
Com informações de CNN Brasil.
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