Preço médio do combustível sobe para R$ 6 – Confira as regiões com maiores preços
O preço do combustível não para de aumentar no país. Um levantamento da ValeCard, publicado nesta semana, aponta que o Brasil está com altas consecutivas durante um ano e dois meses.
Em julho, houve aumento de 2% no preço da gasolina na comparação com junho. Neste cenário, o litro deste combustível já ultrapassa os R$6,00 em vários estados.
De acordo com o estudo, a cotação média da gasolina nos postos foi de R$ 6,035 por litro. Esse valor representa uma alta de quase 40% em relação ao mesmo período do ano passado.
Outra pesquisa, feita pela Ticket Log, divulgada em julho, mostra que o valor médio da gasolina foi de R$ 6,15.
Segundo a Associação Nacional de Petróleo (ANP), esse combustível está mais caro no Acre, onde o litro é vendido por R$7,00.
Segundo a ValeCard, o abastecimento com etanol só é vantajoso para o consumidor em Mato Grosso do Sul. Este é o único estado do país em que o preço médio do álcool é 70% menor do que o da gasolina.
Onde o preço médio do combustível ficou mais alto?
A ValeCard relata que os estados tiveram as maiores altas no valor do litro do combustível foram:
- Amazonas (6,8%);
- Amapá (4,8%);
- Rio Grande do Norte (4,65%).
As menores variações de preço foram analisadas em Mato Grosso do Sul (0,79%) e Pará (1,24%).
Essa estimativa do preço do combustível foi feita com base nos pagamentos feitos com o cartão de abastecimento da empresa em mais de 25 mil estabelecimentos no Brasil.
A ValeCard ressalta que os aumentos aconteceram em decorrência dos mais de 12 reajustes no preço do combustível feitos pela Petrobras.
O aumento de preços acompanha uma série de reajustes feitos pela Petrobras nos valores negociados nas refinarias (…) O presidente Jair Bolsonaro culpa a cobrança do ICMS estadual e as revendedoras pela inflação de preços”, informou em nota.
Preocupação sobre impostos que recaem sobre o preço do combustível
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), que representa mais de 41.000 postos revendedores no país, afirmou no final de julho que a base utilizada para o cálculo do ICMS aumentou na maioria dos estados.
A federação manifestou preocupação com este panorama, principalmente com os novos valores do Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF). Este imposto é utilizado para calcular a base do ICMS.
A Fecombustíveis lembra que o mercado é livre e competitivo em todos os segmentos, cabendo a cada elo da cadeia repassar ou não os maiores custos ao consumidor. Entretanto, a Federação entende ser de fundamental importância esclarecer a realidade dos fatos à sociedade, para que o revendedor varejista, agente mais visível da cadeia, não seja responsabilizado, exclusivamente, por elevações de preços e/ou de impostos ocorridas em etapas anteriores da cadeia.”, explica em nota.
A Fecombustíveis dá um exemplo.
Na Bahia, o valor base de cálculo da gasolina passou de R$5,6410 para R$6,0440. Isso equivale a um reajuste de 0,4030 real por litro, o que pode incidir no aumento de 28% do preço da gasolina nos postos de combustíveis baianos.
O ICMS e tributos federais
O Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) é utilizado como parâmetro para a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, o ICMS.
O ICMS é um tributo que incide sobre indústria, comércio, alimentos, bebidas, medicamentos e também combustíveis. Ele varia nas unidades federativas do país. Para ser calculado, é utilizada uma alíquota fixa e o PMPF.
Os estados recolhem esse imposto e , com a receita dele, investem em serviços essenciais como segurança, saúde e educação.
Um levantamento da Petrobras, de julho deste ano, aponta que o ICMS representa, atualmente, cerca de 28,7% do preço da gasolina. Já os impostos federais compõem 11,9% do preço do combustível.
Um relatório da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, de novembro de 2020, mostra dados similares. Ele indica que 28,3% do total do preço da gasolina repassado ao consumidor é do ICM. Outros 15,5% são de impostos federais.
Fontes: CNN, AutoEsporte, Agência Lupa e Secretaria da Fazenda de SP