Golpe do Delivery faz Procon pensar em proibição de pagamento para entregas: saiba como se proteger
O chamado Golpe do Delivery, em entregas de aplicativo, está cada vez mais comum em São Paulo. De acordo com o Procon do Estado, o número de denúncias e ocorrências de situações como essa aumentou 136% de janeiro a julho de 2021. Ao todo foram 341 registros. No mesmo período do ano passado, foram 144.
Os dados do órgão de defesa ao consumidor computaram Golpes do Delivery em três grandes empresas de entregas: Rappi, Ifood e Uber Eats. Todos eles são feitos com o auxílio de maquininhas de cartão, mas eles podem ter características diferentes.
Para evitar esse tipo de prática, o Procon SP quer proibir a possibilidade de fazer pagamentos na hora da entrega dos pedidos.
“Diante da explosão de golpes aplicados na entrega de mercadorias por delivery, o Procon-SP estuda medidas para que as empresas proíbam qualquer tipo de cobrança por cartão no ato da entrega”, informa o diretor-executivo do Procon-SP Fernando Capez, em nota.
Quais são os Golpes de Delivery mais comuns?
O Golpe de Delivery recebeu atenção do público quando a influenciadora e modelo, Yasmin Brunet, relatou que foi vítima nas redes sociais. Ela contou que teve o prejuízo de R$7.900,00. Veja o que aconteceu:
Golpe de maquininha do Rappi:
- O cliente recebe uma ligação. Nela, uma pessoa se passa por um funcionário do restaurante em que o pedido foi feito e afirma que o motoboy que faria a entrega sofreu um acidente;
- O suposto funcionário diz que vai encaminhar o pedido por outro entregador;
- O entregador chega na residência e mostra o valor do pedido na tela do celular;
- O cliente confere o valor na tela do celular, mas passa o cartão na maquininha, que está com o visor quebrado ou escuro;
- O entregador afirma que a transação não foi aceita e vai embora.
Ao contatar o banco, Yasmin Brunet percebeu que tinha caído em um Golpe de Delivery e que o golpista roubou quase R$8.000,00 dela.
Após o ocorrido, a Rappi reforçou que não opera com máquinas de cartão de crédito ou débito.
O Rappi lamenta o ocorrido e esclarece que o caso já foi resolvido junto à usuária. A empresa reitera, ainda, que não opera com máquinas de cartão de crédito ou débito e reforça que não há nenhuma prática de cobrança de taxa extra. Caso o usuário queira dar gorjetas ao entregador, isso também deve ser feito por meio do aplicativo para garantir a segurança de todos. O Rappi instrui todos os seus entregadores parceiros a cumprirem integralmente as regras e as leis, sendo expressamente rechaçadas as condutas contrárias. O Rappi ainda disponibiliza em seu aplicativo um canal de atendimento aos clientes — em que é possível reportar qualquer problema na plataforma —, e recomenda que, caso lesados, os usuários façam boletim de ocorrência e registrem pedido de cancelamento na operadora de cartão de crédito.”, explicou a empresa em nota.
Golpe da taxa extra
- O cliente recebeu uma ligação de um suposto funcionário do estabelecimento em que fez o pedido;
- O funcionário afirma que houve um problema no pagamento do frete e que a taxa de entrega deve ser paga pessoalmente;
- Ao chegar no local da entrega, o entregador apresenta uma máquina de cartão com o visor danificado, em que não é possível enxergar o valor da compra;
- Neste momento, um valor alto está cadastrado na maquininha e o cliente não percebe.
Golpe de filmagem na tela
- O entregador leva o pacote de comida até o cliente;
- Ao passar o cartão na maquininha, o entregador filma com o celular a frente e o verso do cartão, sem que o cliente perceba;
- Enquanto faz isso, o motoboy diz que está aguardando o sinal da maquininha;
- Na hora de digitar a senha, o entregador se oferece para iluminar a tela da maquininha com a lanterna do celular. Neste momento, ele também grava a senha do cartão sendo digitada;
Como não cair em no Golpe de Delivery?
Com tantos golpes atualmente, a orientação mais prática e simples de seguir, feita pelo Procon de São Paulo, é fazer todos os pagamentos pelo próprio aplicativo. Dessa forma, não há motivos para que o entregador, caso seja golpista, queira passar o cartão do cliente na maquininha.
O consumidor deve procurar fazer o pagamento no momento do pedido, de forma online, evitando pagar na hora da entrega, que é o momento em que o golpe é aplicado. E lembrar que não existe taxa de entrega ou outra taxa extra. Qualquer ocorrência diferente deve ser comunicada à empresa”, afirma Fernando Capez, diretor executivo do Procon-SP.
Outras dicas são:
- Não passar dados pessoais ou bancários por telefone;
- Desconfiar se o entregador ou funcionário do estabelecimento informar que é necessário pagar algum valor extra;
- Em caso de dúvidas ou desconfianças, entre em contato com o restaurante onde pediu a comida.