Inmetro aprova nova regra para consumo de energia de geladeiras


A partir de julho de 2022, a classificação de eficiência energética das geladeiras, que regulariza o consumo de energia, vai ter novidades, de acordo com anúncio do Inmetro feito nesta semana. 

As novas categorias de etiquetas alteram o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) do Inmetro, que tem sido criticado por especialistas por ter padrões defasados de consumo de energia para geladeiras. 

Entre os objetivos dessa atualização está a ideia de reforçar o papel da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE) em indicar os produtos que consomem menos energia. Como as geladeiras estão presentes em praticamente todos os lares brasileiros, sendo utilizadas 24 horas por dia, a atualização da sua etiqueta é especialmente relevante para promover a conservação de energia nas residências, com impacto positivo nas contas de luz, e reduzir a demanda energética do País”, afirma Danielle Assafin, coordenadora do PBE para Refrigeradores e Assemelhados.

Como funciona a nova regra para consumo de energia de geladeiras?

Etiqueta de consumo de energia de geladeiras vai mudar nos próximos anos
Classificação de consumo de energia de geladeiras será atualizada em 2022 pelo Inmetro. (Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)

A nova classificação de consumo de energia para geladeiras, previsto para entrar em vigor em julho de 2022, estabelece três novas etiquetas para o PBE: A+, A++ e A+++. Elas representam ganhos de eficiência de consumo de energia de 10%, 20% e 30%, respectivamente. 

Assim, ao optar por uma geladeira A+++ de duas portas de degelo automático (frost-free) de volume ajustado de 500 litros (ou volume interno útil em torno de 350 litros), que corresponde a 80% do mercado nacional, o consumidor pode economizar cerca de 13 kWh por mês, o que representa, para ele, uma economia de R$ 10,14, considerando uma tarifa média, acrescida de impostos, de R$ 0,78 por kWh.”, explica o Inmetro. 

Alguns anos depois, em dezembro de 2025, essas notas (A+, A++ e A+++) vão ser substituídas por uma classificação de A (padrão mais alto) até F (mais baixo). As classes seguirão orientações das Nações Unidas para regulamentação em eficiência para consumo de energia de refrigeradores. 

Essas normas estão descritas no Guia da U4E (United for Energy) e vão ser colocadas em prática de acordo com a realidade brasileira. 

Em média, geladeiras fabricadas no País, de duas portas, atualmente em A, terão que reduzir 40% do seu consumo para permanecer em A em 2025. Outro desafio importante para essa fase é a introdução da nova versão da norma técnica utilizada para o cálculo do consumo de energia, o que requer adequação da infraestrutura laboratorial e da indústria”, explica Danielle.

A última fase de implementação das novas regras para consumo de energia de geladeiras do Inmetro está prevista para acontecer no final de 2030. 

Nesta etapa será necessário reduzir cerca de  61% do consumo energético dos refrigeradores fabricados no país, de duas portas, que estão atualmente com a nota A em eficiência. Dessa forma, as normas vão ficar ainda mais rigorosas. 

Assume-se que o prazo de 9 anos para a terceira fase é necessário para dar sustentabilidade aos investimentos que a indústria nacional precisará realizar em sua plataforma de produção para manter seu portfólio de produtos, ou parte dele, em A”, finaliza Danielle Assafin.

Qual o impacto da nova regra para os consumidores brasileiros?

O Inmetro estima que os brasileiros vão ter uma economia de R$ 32,25 bilhões na conta de luz até 2035, com a atualização do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE).

De acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos, a Eletros, já na segunda fase do plano, prevista para 2025, a economia para o consumidor será de, em média, R$10,14 por mês. Esse cálculo considera tarifa de R$ 0,78 por kWh.

Nossos produtos terão de apresentar redução de 40% do consumo de energia para permanecer na subclasse A nessa segunda fase”, explica Jorge Nascimento, presidente da Eletros.

A associação aprovou as mudanças propostas pelo Inmetro e reforça que, atualmente, apenas 5% das geladeiras vendidas no país receberiam a etiqueta da classe A+++. 

Hoje, só 5% das geladeiras seriam A+++, o que mostra o quão exigente é o salto que estamos dando, estamos nos comprometendo com isso. É algo interessante porque estamos às portas de uma crise hídrica e as geladeiras não são desligadas (…) Nesses mercados, onde o processo de mudança foi rápido, a classe A (de geladeiras mais eficientes) se esvaziou, porque o produto é caro. Essa modificação gradativa (feita no Brasil) garantirá um produto mais acessível ao consumidor”, defende Nascimento.

De acordo com o Inmetro, a atualização do PBE foi desenvolvida em parceria com a indústria nacional, para que fosse possível compreender as possibilidades e restrições para a implementação das alterações. 

Fontes: Ig, Yahoo Notícias e Inmetro

Formada em Jornalismo pela PUCPR. Atualmente está cursando Pós Graduação em Questão Social e Direitos Humanos na mesma instituição de ensino. Tem paixão por informar as pessoas e acredita que a comunicação é uma ferramenta que pode mudar o mundo!