Auxílio Brasil de R$ 415. O que há de verdade nisso? É possível acontecer em 2022?

Nova projeção do Ministério da Economia indica que o Auxílio Brasil terá benefício médio de R$ 415 em 2022. O que isso quer dizer?


Na última semana, o Ministério da Economia enviou um ofício ao Congresso Nacional prevendo um valor médio de R$ 415 para o benefício do Auxílio Brasil em 2022.

O Ministério considerou este valor para pedir que a CMO (Comissão Mista de Orçamento) inclua cerca de R$ 100 bilhões de novos gastos no Orçamento do próximo ano. Segundo a pasta, mais da metade deste dinheiro (R$ 54,6 bilhões) vai para o Auxílio Brasil.

Isso porque a previsão original era de que o novo programa custasse R$ 35,9 bilhões ao Orçamento em 2022. Mas a nova estimativa do Ministério da Economia é de que ele custe R$ 90,55 bilhões aos cofres públicos.

O que há de verdade no valor de R$415 do Auxílio Brasil em 2022
Economia indica que Auxílio Brasil terá benefício médio de R$ 415 em 2022, entenda o que isso quer dizer. Foto: Reprodução

Entre os motivos apontados para o aumento na previsão de custo do novo programa é o valor das parcelas, que neste mês passou a ser de no mínimo R$ 400 para todos os beneficiários.

Entretanto, o Ministério da Economia usou como base um benefício médio de R$ 415 para pedir mais espaço no Orçamento. O valor acabou causando estranheza, pois o governo ainda não havia o indicado para o programa.

Então o Auxílio Brasil será de R$ 415 em 2022?

No ofício, a equipe econômica fala em um “benefício médio” de R$ 415, e não “mínimo”. Sendo assim, uma das justificativas é o fato de o Auxílio Brasil ter pagamentos acima desta faixa.

Afinal, vale lembrar que o Auxílio Brasil inclui outros programa dentro dele, benefícios pagos de acordo com a situação de cada família. Conforme nós já mostramos aqui, a lista conta com incentivos como auxílio esporte escolar e bolsas de iniciação científica.

Sendo assim, apesar de a maioria dos beneficiários ter direito a parcelas de R$ 400, há quem receba mais do que isso, o que pode explicar a estimativa.

Além disso, o aumento no custo do programa também leva em conta a inclusão de mais famílias. Isso porque o número de beneficiários deve passar de cerca de 14,5 milhões para 17 milhões em 2022.

Jornalista, ator profissional licenciado pelo SATED/PR e ex-repórter do Jornal O Repórter. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.