Governo quer aumentar valor do Auxílio Brasil e dobrar Vale-Gás
De olho nas eleições, governo propõe aumentar o valor do Auxílio Brasil e dobrar o do Vale-Gás até o final do ano.
Com dificuldades para melhorar os índices de aprovação às vésperas das eleições, o governo pretende aumentar o valor do Auxílio Brasil e do Vale-Gás até o final de 2022.
A proposta do governo é subir o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 e dobrar o Vale-Gás, benefício pago a cada dois meses que em junho tem o valor de R$ 53, o que equivale a 50% do preço de referência do botijão de gás.
A ideia se tornou pública nesta quinta-feira (23/06), mesmo dia em que uma pesquisa Datafolha mostrou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) continua atrás nas intenções de voto e tem alta rejeição entre os mais pobres (60%).
Qual a proposta do governo para o Auxílio Brasil e o Vale-Gás?
A proposta do governo é recriar o Auxílio Emergencial, no valor de R$ 200, para todos as famílias que recebem o Auxílio Brasil. Com isso, o valor do benefício social chegaria a R$ 600 a poucos meses das eleições.
Enquanto isso, no caso do Vale-Gás, a ideia do governo é pagar o benefício mensalmente, ao invés de fazer os pagamentos a cada dois meses, como acontece hoje. No entanto, as medidas terão validade somente até o final deste ano.
O governo tentará incluir os aumentos do Auxílio Brasil e do Vale-Gás na PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 16/2022, que prevê uma compensação aos estados que zerarem o ICMS sobre combustíveis.
Nesse caso, a proposta é abandonar a compensação aos estados e usar o dinheiro para ampliar os dois benefícios. Isso porque a avaliação é que esta medida por ter um impacto eleitoral maior para o presidente.
Governo quer aumentar chances de reeleição
Com a proposta de aumentar os benefícios, o governo quer amenizar os efeitos da alta no preço dos combustíveis no poder de compra dos brasileiros, problema que é visto como um dos principais obstáculos para a reeleição de Bolsonaro.
Nesta quinta-feira, mesmo dia em que a proposta veio a público, uma pesquisa Datafolha indicou que o presidente continua empacado em segundo lugar. Segundo o levantamento, Bolsonaro tem 28% das intenções de voto e não consegue diminuir a distância para Lula (PT), que segue em primeiro com 47%.
Além disso, a pesquisa também mostra que Bolsonaro é o candidato com maior rejeição: 55% das pessoas dizem não votar nele de jeito nenhum. Entre os mais pobres, público que será beneficiado com os aumentos nos programas sociais, a rejeição ao presidente é de 60%.