Cerveja vai ficar mais cara em outubro: saiba quanto você vai pagar


Não teve jeito: com a inflação, seca no país e todos os preços dos alimentos subindo, agora, a cerveja também vai ficar mais cara. A Ambev, que abrange mais de 30 marcas da bebida alcoólica no país, como Brahma, Stella Artois e Skol, afirmou nesta semana que vai precisar reajustar os valores dos produtos. 

A fabricante afirmou que faz, periodicamente, uma atualização dos preços e que as mudanças dos valores da cerveja variam de acordo com a marca, região, canal de venda e embalagem.

Reforçamos o nosso compromisso com a competitividade das nossas marcas no mercado, visando sempre a boa performance do volume de vendas da indústria”, informou a Ambev em nota. 

De quanto será o aumento do preço da cerveja?

reajuste de preço da cerveja torna ela mais cara
Cerveja vai ter reajuste de preço em outubro. Ambev fez o anúncio nesta semana. (Imagem: cottonbro / Divulgação)

O jornal Folha de S. Paulo calcula que a cerveja deve ficar entre 5% e 6% mais cara em outubro na capital paulista. Já a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) acredita que a alta será maior, de 10%, para acompanhar a inflação acumulada dos últimos 12 meses. 

De fato, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cerveja tem sido alvo de inflação. 

Cerveja para consumo dentro de casa:

  • + 0,29% em agosto;
  • + 3,49% no ano;
  • + 7,62% no acumulado em 12 meses.

Cerveja para consumo fora de casa, em estabelecimentos comerciais:

  • + 0,05% no mês;
  • + 3,14% no ano;
  • + 5,94% no acumulado em 12 meses.

Além disso, os empresários do setor de bares, cafés, lanchonetes e restaurantes ainda não se recuperaram completamente dos prejuízos da pandemia de covid-19. Nesta semana, a Associação Nacional de Restaurantes (ANR) divulgou uma pesquisa, feita em parceria com a consultoria Galunion, que demonstra isso. 

De acordo com o estudo, 62% desses estabelecimentos ainda passam por dificuldades e 55% afirmam que estão endividados. 

Dos que estão com dívidas:

  • 78% devem para bancos;
  • 57% estão com impostos em atraso;
  • 24% têm dívidas com fornecedores;
  • 14% afirmam ter pendências trabalhistas. 

Para quase metade dos empresários desses setores, 48%, ainda será necessário passar por um período de dois anos para que eles voltem à normalidade financeira. 

Dessa forma, o repasse do aumento do preço da cerveja, sem dúvidas, será feito ao consumidor. Resta saber de quanto será a alta. 

Consumo de cerveja aumenta na pandemia

O consumo de cerveja aumentou entre os brasileiros durante a pandemia de covid-19, principalmente dentro de casa. Um levantamento feito pela Euromonitor aponta que o volume de vendas de cerveja no Brasil no ano passado foi o maior desde 2014 – quando o país sediou a Copa do Mundo. Ao todo, foram 13,3 bilhões de litros da bebida alcoólica. 

Na comparação com o resto do mundo, o Brasil foi um dos poucos países que tiveram crescimento no volume e valor da cerveja em 2020. O país é o terceiro maior mercado consumidor da bebida e fica somente atrás da China e Estados Unidos.

Outras bebidas alcoólicas que fazem sucesso entre os brasileiros são a cachaça e o vinho, com respectivamente, 398,8 milhões de litros e 380 milhões de litros vendidos em 2020. 

Enquanto o mercado comemora com as vendas positivas, pesquisadores e profissionais da saúde se preocupam. 

Uma pesquisa publicada em maio na revista “Alcohol and Drug Review” indica que dois cenários podem acontecer em um futuro pós pandemia. Aumento de consumo de álcool em algumas populações, especialmente homens, devido ao stress ou diminuição do consumo, por conta de falta de disponibilidade dos produtos ou dificuldades financeiras. 

Com as restrições atuais em oferta de álcool, o cenário mais previsível é o segundo, e os problemas do primeiro devem ser mais relevantes no médio e longo prazos”, afirmaram os cientistas que assinaram o estudo. 

Os pesquisadores são do Brasil, Canadá, Estados Unidos e África do Sul, e pertencem a entidades como a Organização Mundial da Saúde e Organização Pan-Americana de Saúde .

Fontes:G1 Bem-estar; G1; CNN e Abrasel. 

Formada em Jornalismo pela PUCPR. Atualmente está cursando Pós Graduação em Questão Social e Direitos Humanos na mesma instituição de ensino. Tem paixão por informar as pessoas e acredita que a comunicação é uma ferramenta que pode mudar o mundo!