Há uma má notícia para quem estava contando com o dinheiro do novo Empréstimo Consignado do Auxílio Brasil: ele foi adiado mais uma vez.
Dessa vez, o motivo do adiamento é uma falta de entendimento em relação à definição ou não de um limite para a taxa de juros, que vem sendo alvo de polêmicas.
Continue lendo esta matéria do No Detalhe e entenda melhor os motivos por trás do adiamento do Empréstimo Consignado do Auxílio Brasil.
O motivo do adiamento
Dentro do Ministério da Cidadania, os técnicos acreditam que, pelo fato de o empréstimo ser voltado a uma população vulnerável, é preciso haver um limite para a taxa de juros cobradas pelos bancos que vão disponibilizar o crédito.
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Segundo os técnicos, a taxa de juros deve ser a mesma do consignado do INSS, ou seja, de 2,14%. O ministro da Cidadania, Ronaldo Vieira Bento, também defende o estabelecimento de um teto de juros, ou seja, um valor máximo a ser cobrado.
Porém, a falta de um consenso sobre o assunto obrigou o governo a adiar por mais um tempo a liberação do empréstimo.
Por que o consignado do Auxílio Brasil é polêmico?
Sem um limite para a taxa de juros, é possível que muitos bancos acabem oferecendo o empréstimo com juros excessivamente altos. Já noticiamos aqui no site alguns bancos cobrando juros de quase 100% ao ano antes mesmo da liberação do empréstimo.
A crítica que muitos têm feito é de que um consignado do Auxílio Brasil faria com que as instituições financeiras acabassem se apropriando de um dinheiro que deveria ser usado por famílias para a compra de itens essenciais, especialmente em cenários com juros muito altos.
Além disso, isso favoreceria o superendividamento de famílias, já que, no caso citado de juros a 100% ao ano, a dívida praticamente duplicaria depois de um ano.
Paola Carvalho, diretora institucional da Rede Brasileira de Renda Básica, vê um outro agravante: “eles vão dando esperanças para os beneficiários. As agências bancárias estão pré-cadastrando e não ativam o empréstimo. Acredito que exista uma dicotomia entre eles“. A diretora também acredita que a liberação do consignado vai piorar a saúde financeira das famílias: “as famílias estão endividadas e com dificuldade de manter o mais básico; Muitas famílias vão se endividar mais para poder pagar as contas básicas de casa afirma.
O governo, porém, defende que um consignado do Auxílio Brasil facilitaria o acesso de famílias de baixa renda a empréstimos com juros justos e baixos. “O que ocorre é que as taxas aplicadas na modalidade ‘consignado’ são menores do que aquelas aplicadas no mercado, ante a baixa probabilidade de inadimplência do contrato de crédito, mas isso não significa, em absoluto, que o foco da norma é a redução dos juros, mas sim franquear o acesso à uma linha de crédito mais benéfica, à uma parcela da população historicamente excluída do mercado financeiro formal”, defendeu recentemente a Advocacia Geral da União, representante do governo.
Quando o empréstimo vai ser liberado?
Ainda não sabemos. Porém, há quem defenda que o atraso é proposital e que o governo vai lançar o Consignado do Auxílio Brasil entre o primeiro e segundo turno das Eleições de 2022 como uma forma de aumentar a popularidade de Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.
Alguns bancos já possuem uma lista com o pré-cadastro de alguns interessados. Porém, grandes bancos já se manifestaram e afirmaram que não pretendem oferecer o empréstimo.
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Alexandre G. Peres
Editor, redator e revisor da WebGo Content, graduado em Letras – Português/Inglês. Tem experiência com redação, revisão e editoração de textos para Web.
