Governo bloqueia 44% dos repasses pra uma das áreas mais importantes do país
Entenda aqui como esse bloqueio do Governo Bolsonaro afeta uma das áreas mais importantes para o desenvolvimento do país.
Em maio deste ano, o Governo Bolsonaro bloqueou os repasses de R$ 1,8 bilhão do orçamento destinado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT); um tempo depois, elevou o valor bloqueado para R$ 2,5 bilhões. A justificativa ? Tirar verba da Ciência para diminuir os cortes orçamentários em outros ministérios, segundo especialistas.
Colocando em números, este corte de 44,76% faz o orçamento destinado ao fundo cair de R$ 4,5 bilhões para apenas R$ 2 bilhões em comparação ao orçamento de 2021.
O problema dessa postura do Governo é que, dessa forma, o setor da Ciência, um dos mais importantes do país, acaba sendo deixado de lado, e diversos projetos de extrema importância correm o risco de serem cancelados.
Em nota, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) denunciou o bloqueio: “O corte em si é ultrajante e coloca em risco todo o sistema de pesquisa científica e tecnológica do País. Mas além disso, revela que a ciência se tornou alvo preferencial do governo federal, impondo ao setor uma restrição orçamentária sem paralelo no Poder Executivo. De acordo com os dados divulgados pela equipe econômica, todas as pastas afetadas pelo bloqueio tiveram seus cortes orçamentários reduzidos, transferindo a carga para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação“.
Entenda a gravidade dos bloqueios do Governo
O FNDCT é o maior fundo de financiamento de ciência no Brasil, responsável por diversos estudos sobre áreas estratégicas. De acordo com o Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), ao menos 52 projetos serão prejudicados por este corte, e não se sabe eles terão ou não condições de serem concluídos.
Para exemplificar, alguns dos projetos afetados são sobre assuntos como bioinformática, mitigação de mudanças climáticas, nutrição e defensivos agrícolas sustentáveis, Covid-19, hidrogênio verde, nióbio (recurso mineral defendido pelo próprio Bolsonaro durante a campanha), Amazônia etc.
De acordo com a SBPC, quaisquer projetos dos fundos setoriais CT-Mineral, CT-Transportes, CT-Info, CT-Amazônia e CT-Aquaviário correm o risco de ficar completamente sem verba, o que impossibilita novas pesquisas neste ano de 2022.
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