Isso é o que não te contaram sobre a privatização da Eletrobras
Veja o que especialistas dizem sobre prováveis efeitos da privatização da Eletrobras na conta de luz paga pelo consumidor.
Ao contrário do que indicam as estimativas do Ministério de Minas e Energia, a privatização da Eletrobras não deve diminuir a tarifa de energia paga pelo consumidor.
Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, a medida talvez ajude a empresa a retomar sua capacidade de investimento a longo prazo, mas a tendência é que não haja nenhum efeito prático sobre as contas de luz.
Em maio, a venda da Eletrobras foi aprovada pelo TCU por 7 votos a 1. Na ocasião, o único ministro a votar contra a privatização, Vital do Rêgo, afirmou que a companhia estava sendo entregue a “preço de banana”, e já demonstrava preocupação com um possível aumento nas tarifas.
Privatização da Eletrobras pode deixar conta mais cara e piorar o serviço
Para o professor associado do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP), Celio Bermann, o argumento de que as tarifas serão reduzidas com a privatização da Eletrobras é uma fantasia.
Segundo Bermann, esse tipo de argumento aparece sempre para tentar convencer os ingênuos e não tem qualquer fundamento. “As tarifas vão ficar mais caras, e o serviço prestado vai ser mais precário”, destaca o professor.
Quem também aponta que “não tem qualquer lógica” dizer que as contas ficariam mais baratas é o professor Ewaldo Mehl, do Departamento de Engenharia Elétrica da UFPR.
O que levaria à redução das contas? A Eletrobras nem define as tarifas de energia. Quem cobra a energia elétrica da população são as empresas de distribuição locais, e a maioria já são privadas”, explicou ao UOL.
Objetivo da privatização não é diminuir a tarifa
Apesar de o Ministério de Minas e Energia manter a previsão de redução nas contas de luz, mesmo que especialistas digam o contrário, o objetivo principal da privatização é outro.
Conforme explica o professor Edmar Almeida, do Instituto de Energia da PUC, a ideia é retomar os investimentos no setor elétrico. Enquanto isso, os custos ao consumidor ainda dependerão do mercado, e o governo não pode garantir que a maior concorrência gere preços mais baixos, afirma Almeida.