Novo Bolsa Família custará aos cofres públicos 51% mais que o programa atual

Flavio Carvalho

08/07/2021

O novo Bolsa Família, que deve ser instituído em 2022, no ano eleitoral, custará R$ 53 bilhões para os cofres públicos. Curiosamente, esse valor é 51,4% maior do que a verba destinada ao programa em 2021, quando houve um repasse de R$ 35 bilhões.

A nova proposta deve ser encaminhada para o Congresso em agosto, com inclusão no orçamento para 2022. Aqui, damos mais informações sobre o novo Bolsa Família. Continue a leitura e confira quais são as principais mudanças!

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O que vai mudar no Bolsa Família em 2021?

O novo Bolsa Família deve contar com um aumento do valor pago mensalmente para os beneficiários. A média em 2021 é de R$ 189,00 e no próximo ano subirá para cerca de R$ 270,00 por família.

Outra mudança divulgada pelo governo é a inclusão de aproximadamente três milhões de famílias, o que fará com que o programa chegue a um total de 17 milhões de beneficiários.

Mas, não é só isso! O presidente também pretende mudar o nome do programa, que foi criado na gestão Lula, para afastá-lo da imagem do PT e transformá-lo em uma das principais vitrines para uma tentativa de reeleição em 2022.

Segundo o governo, a nova versão do Bolsa Família terá vários programas sociais federais sob esse guarda-chuva, abrangendo o apoio à primeira infância, construções de cisternas, programa de aquisição de alimentos, qualificação profissional, entre outros.

Quem conseguir um emprego formal, com registro em carteira, não perderá o benefício. Além disso, quem ficar desempregado não irá para o fim da fila do Bolsa Família. Novas regras especiais serão implementadas nestes casos, todas divulgadas posteriormente se o projeto for aprovado sem alterações.

Outra novidade do programa é que poderá ter uma linha de concessão de microcrédito para famílias que residem em áreas urbanas, bem como crédito consignado e voucher para creche, entre outros serviços especiais para mães com filhos menores de idade.

Há, ainda, a possibilidade de uma premiação em dinheiro para alunos da rede pública que conquistarem boas notas, assim como para aqueles se destacarem em atividades e competições esportivas.

Quando o novo Bolsa Família entra em vigor?

O projeto será encaminhado para o Congresso até agosto de 2021 para começar a ser rodado em novembro. A intenção do governo é implementá-lo como uma alternativa ao auxílio emergencial, que será pago até outubro após a prorrogação anunciada recentemente.

De onde sairá o dinheiro para o novo Bolsa Família?

Para conseguir os R$ 53 bilhões previstos para 2022 para implementar o novo Bolsa Família, o governo terá de cortar despesas e rever possíveis investimentos.

Mas, o governo já conta com recursos da reforma do IR (Imposto de Renda) para bancar o novo programa. De acordo com informações divulgadas pelo próprio governo federal, o ticket médio do Bolsa Família pode ultrapassar R$ 300,00 se a reforma for aprovada.

A equipe econômica já indicou que usará parte da arrecadação obtida com as mudanças nas regras do imposto de renda, o que inclui taxação de dividendos, para pagar os custos com o Bolsa Família.

Impacto do novo Bolsa Família

Segundo o governo federal, uma das principais propostas do novo Bolsa Família é ampliar o número de beneficiários, uma vez que vários estados possuem lista de espera para recebimento da ajuda financeira.

Além disso, a nova versão tem como proposta incluir portas de saída para as famílias beneficiárias do programa, possibilitando que se emancipem e não fiquem dependentes da verba do Bolsa Família para se sustentarem.

É, também, uma forma de o governo reduzir efeitos da crise econômica pela qual o país passa, com alta da inflação sobre alimentos e itens básicos, queda acentuada da renda e elevação expressiva do desemprego, problemas que atingem principalmente os mais pobres.

Alternativa ao auxílio emergencial

Recentemente, o governo divulgou a prorrogação do auxílio emergencial 2021, anunciando o pagamento de mais três parcelas de valores que vão de R$ 150,00 a R$ 375,00 para beneficiários.

O governo pretende pagar o auxílio emergencial até o mês de outubro e não há previsão de renová-lo até momento, porque a proposta é substitui-lo por um Bolsa Família mais amplo, que atinja mais pessoas. No entanto, tudo dependerá da aprovação do projeto do novo Bolsa Família no Congresso.

Flavio Carvalho
Escrito por

Flavio Carvalho

Gestor de Projetos e Pessoas da WebGo Content. Especialista em SEO e novos Projetos. Formado em Relações Públicas (PUC/PR) e experiência de mais de 10 anos no Marketing Digital.

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