A pandemia de covid-19 começa a se encaminhar para um fim em várias regiões do mundo. Com isso, cientistas e pesquisadores da área da saúde estão realizando estudos sobre a necessidade da aplicação de uma 3ª dose da vacina contra covid-19 na população.
Um estudo realizado pela Universidade Católica do Chile com 2.300 voluntários, por exemplo, mostra que os anticorpos provenientes do imunizante Coronavac caem a partir do sexto mês após a primeira dose. Essa vacina é largamente utilizada no Brasil por ser produzida em território nacional pelo Instituto Butantan.
Assim, os pesquisadores chilenos orientam a aplicação da 3ª dose da vacina contra a covid-19.
Diante da presença de variantes que requerem um maior nível de anticorpos neutralizantes para bloquear a entrada do vírus e, possivelmente, a doença sintomática, é recomendável que reforços sejam aplicados a partir do sexto mês, a contar da primeira dose, para ampliar a quantidade de anticorpos neutralizantes circulantes”, afirma Alexis Kalergis, líder do ensaio clínico, acadêmico da Universidade Católica.
Anvisa autoriza realização de estudo clínico para 3ª dose da vacina contra covid-19 no Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou hoje um estudo clínico com a 3ª dose da vacina Astrazeneca/Oxford. Ela é produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). O objetivo é avaliar a segurança, eficácia e imunogenicidade desta possível terceira aplicação.
A pesquisa vai ser feita com dez mil voluntários que tomaram duas doses do imunizante da Astrazeneca/Oxford com um intervalo de quatro semanas.
Após 11 ou 13 meses da segunda dose, os participantes do estudo clínico vão receber a terceira dose da vacina.
Trata-se de um estudo de fase III, controlado, randomizado, simples-cego, ou seja, em que só o voluntário não saberá o que tomou: se uma dose da vacina ou de placebo. Serão incluídos voluntários com idade entre 18 e 55 anos, que estejam altamente expostos à infecção com o novo coronavírus, como profissionais de saúde. Não serão incluídas gestantes ou pessoas com comorbidades.”, explica a Anvisa por meio de nota publicada hoje, segunda-feira (19/07).
Esse teste será feito nos seguintes Estados:
- Bahia: 1500 voluntários;
- Rio de Janeiro: 1500 voluntários;
- Rio Grande do Sul: 3000 voluntários;
- Rio Grande do Norte: 1500 voluntários;
- São Paulo: 2500 voluntários.
Após a conclusão do estudo, os voluntários que receberam o placebo vão ser convidados a tomarem a terceira dose real da vacina da Astrazeneca/Oxford.
Pfizer vai solicitar autorização para aplicação da 3ª dose
No dia oito de julho, o grupo Pfizer/Biontech anunciou que assis que tiver resultados conclusivos sobre a aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19, vai pedir autorização para duas grandes agências reguladoras do mundo: FDA e EMA.
As empresas esperam publicar dados mais definitivos logo, assim como em uma revista revisada por pares, e planejam enviar os dados à FDA (agência de Alimentos e Drogas americana), à EMA (Agência Europeia de Medicamentos) e a outras autoridades reguladoras nas próximas semanas”, informaram os laboratórios farmacêuticos em nota.
Informações preliminares do estudo mostram que a 3ª terceira dose pode aumentar os níveis de anticorpos de 5 a 10 vezes. Essa proteção é eficaz contra a cepa original da variante Beta da covid-19.
Os laboratórios planejam começar os estudos clínicos no mês de agosto.
São Paulo anuncia ciclo anual de vacinação contra covid-19
Mesmo sem saber se há necessidade da aplicação da 3ª dose, o Governo de São Paulo anunciou hoje que em 2022 vai iniciar o ciclo de vacinação anual contra o coronavírus. Essa campanha de imunização será similar a que é feita contra a Influenza.
O ciclo tem data para começar: 17 de janeiro do ano que vem.
O estado de São Paulo, seguramente, vai iniciar essa campanha, uma nova fase de vacinação para Covid, a partir do dia 17 de janeiro do próximo ano (…)Nós precisamos fazer com que haja uma proteção da nossa população de uma forma constante, uma vez que o coronavírus, assim como lá em 2009, o H1N1, chegou pra ficar, e ele ainda está em nosso meio. O coronavírus também estará, então, dessa forma, nós manteremos de forma constante a proteção da nossa população “, informou Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde.
O Governo de São Paulo ainda não informou se esse anúncio está condizente com os planos de imunização do Ministério da Saúde.
Marina Darie
Formada em Jornalismo pela PUCPR. Atualmente está cursando Pós Graduação em Questão Social e Direitos Humanos na mesma instituição de ensino. Tem paixão por informar as pessoas e acredita que a comunicação é uma ferramenta que pode mudar o mundo!