Vendas nos supermercados caem em junho
A pandemia de covid-19 também afetou as grandes redes de supermercados no Brasil. Com a queda de renda da população, por conta dos altos índices de desemprego e o aumento da inflação, que impacta diretamente o preço dos produtos, as vendas nos supermercados caíram.
Mas esse fenômeno começou a acontecer no segundo trimestre deste ano. No início da pandemia, muitas pessoas passaram mais tempo em casa e, por isso, precisaram gastar mais nos supermercados, o que alavancou as vendas nesses estabelecimentos.
Além disso, as grandes redes eram alguns dos únicos tipos de comércios que podiam abrir, de acordo com decretos municipais de várias cidades brasileiras.
Como foi a diminuição das vendas nos supermercados em 2021?
Foi em 2021, que os brasileiros foram mais impactados pela economia. Como mencionado anteriormente, o desemprego, a inflação e até mesmo a diminuição das parcelas do Auxílio Emergencial causaram queda nas vendas nos supermercados neste ano.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, as vendas caíram 24,1% de abril a junho no Extra. No Pão de Açúcar, elas recuaram 13,9% e, no Carrefour a baixa foi de 7,3%.
Especialistas afirmam que o setor de varejo está tendo mais dificuldades do que o de atacado, já que nestes é possível fazer compras maiores com menos gastos.
O preço dos alimentos e as vendas nos supermercados
Quem faz as compras de casa, já sabe. Gastar pouco nos supermercados tem sido uma missão (quase) impossível. Os preços dos alimentos que compõem a cesta básica, por exemplo, aumentaram em 15 capitais brasileiras no mês de julho.
A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em 17 Unidades da Federação mostra isso. Ela é feita mensalmente, o que garante a comparação dos custos dos principais alimentos básicos que estão inseridos na rotina dos brasileiros.
Em julho, as maiores altas foram registradas em:
- Fortaleza (3,92%);
- Campo Grande (3,89%);
- Aracaju (3,71%);
- Belo Horizonte (3,29%);
- Salvador (3,27%).
As cestas básicas mais caras foram encontradas em:
- Porto Alegre (R$ 656,92);
- Florianópolis (R$ 654,43);
- São Paulo (R$ 640,51).
Ao comparar julho de 2020 a julho de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. Os percentuais oscilaram entre 11,81%, em Recife, e 29,42%, em Brasília.”, informa o Dieese por meio de nota.
Com isso, de acordo com o departamento, com base no valor da cesta básica mais cara, encontrada em Porto Alegre, o salário mínimo no Brasil deveria ser de R$ 5.518,79. Essa estimativa é 5,02 vezes maior do que o piso nacional atual, de R$ 1.100,00.
No mês anterior, em junho, o salário mínimo deveria ter sido R$ 5.421,84, ou 4,93 vezes o atual.
“Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em julho, 55,68% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em junho, o percentual foi de 54,79%”, explica o Dieese.
Quais alimentos ficaram mais caros nos supermercados?
De acordo com o Dieese, os alimentos da cesta básica que mais tiveram variações de preço nos supermercados em julho foram:
- Açúcar: apresentou elevação de preço em 15 capitais. As taxas oscilaram entre 1,59%, em Belém, e 8,12% no Rio de Janeiro. A alta foi provocada pel o clima seco, por conta da entressafra no Norte e Nordeste, pela elevação do valor do petróleo, que leva à produção do etanol, e o aumento das exportações;
- Café em pó: o quilo deste alimento subiu em 15 capitais. Os aumentos mais expressivos foram registrados em Vitória (10,96%), São Paulo (9,88%), Campo Grande (8,77%) e Brasília (8,14%). Isso aconteceu por fatores climáticos, como as geadas e a preocupação de isso acontecer novamente com a safra de 2022;
- Tomate: o quilo do tomate aumentou, também, em 15 capitais por conta da maturação do fruto, que atrasou em decorrência do frio. Os maiores aumentos aconteceram em Belo Horizonte (39,95%), Goiânia (34,24%), Fortaleza (34,10%), Florianópolis (33,86%) e São Paulo (31,63%);
- Derivados de leite: neste caso, o leite e a manteiga tiveram altas por conta da redução da oferta e aos altos custos de produção. O leite teve acréscimo em 14 capitais e a manteiga, em 12.