Aposentadoria em Bitcoin pode se tornar uma realidade; é seguro investir neste modelo?

Administradora de previdência privada dos EUA instituiu Bitcoin como forma de investir na aposentadoria. Entenda como está a busca pelo ativo


Qual é o futuro do Bitcoin? Uma pesquisa realizada pela Sherlock Communications, feita através da plataforma de pesquisas Toluna, aponta que 48% dos brasileiros acreditam que o país deveria adotar a criptomoeda como moeda oficial, algo que El Salvador já fez. 

Outro estudo, desenvolvido pela Visa e intitulado “O Fenômeno Cripto: Uso e Atitudes do Consumidor”, revela que 97% dos entrevistados do Brasil sabem o que são as criptomoedas e que um terço dos participantes estão, de fato, ativos nesse mercado.

Com certeza, esse levantamento foi realizado com um grupo específico, que não representa a diversidade e desigualdade da população brasileira, mas ainda sim, ele demonstra o início da popularização dos ativos

Será que, em algum momento, eles poderão fazer parte da rotina dos consumidores, para compras de produtos/serviços ou até mesmo para o investimento em aposentadoria?! Este é um movimento que começou nos Estados Unidos, mas tem gerado polêmicas, debates e questionamentos. O No Detalhe te explica. 

Como está a busca pelas criptomoedas?

Aposentadoria em Bitcoin pode se tornar uma realidade; é seguro investir neste modelo?
A situação do Bitcoin está segura o bastante para se tornar um aporte para previdência privada? (Imagem: Pexels / Divulgação)

Na Europa, cerca de 10% das famílias têm Bitcoin, de acordo uma pesquisa de expectativas do consumidor do BCE (Europe Central Bank). Para o investidor brasileiro com atuação em Andorra, Jhon Wayne Santos, essa é uma tendência que tem se mostrado relevante para quem tem o costume de investir. 

Na Europa realmente o número de investidores em criptomoedas ainda é muito baixo e não existe um país com 20% da população que invista em criptomoedas. Porém, mesmo assim, eu considero um número elevado, pois é algo novo. Se comparamos, por exemplo, na Espanha, mais de 30% da população investe no mercado de ações, um mercado bem clássico. Então eu acredito que será cada vez mais rápido o crescimento dos investidores em criptomoedas”, exemplifica.

Por outro lado, os especialistas em criptomoedas Paulo Aragão e Felipe Escudero, sugerem que os ativos podem estar passando por um período de esfriamento, em que o interesse diminuiu consideravelmente. 

Analisando os principais termos de busca no Google, notamos que nos últimos meses, as pesquisas por Bitcoin, Ethereum, NFTs etc despencaram. Isso mostra um grande desinteresse no mercado, que pode dar mais força para o que chamamos de ‘inverno cripto’ – um período prolongado de baixa”, destaca Felipe Escudero, sócio da O2 Research e anfitrião do canal BitNada no YouTube.

Um dos maiores responsáveis por essa redução de investimentos é a alta das taxas de juros e da inflação, que têm levado o capital de investimentos de risco para renda fixa. 

Diversas empresas do mercado tradicional, bem como fundos de investimento e casas de análises estão sendo impactados. Muitas companhias estão tendo que demitir colaboradores justamente devido a esta retração que o mercado está sofrendo”, ressaltou Paulo Aragão, cofundador do CriptoFácil e apresentador do podcast BitCast. 

Bitcoin e aposentadoria: uma boa junção?

Nos Estados Unidos, uma grande administradora de previdência privada, a Fidelity Investments, incluiu o Bitcoin em suas opções nos planos de aposentadoria. Ao contratá-lo, os clientes podem aportar até 20% dos recursos nessa classe de ativos.

No comunicado sobre a oferta da criptomoeda, a administradora já revelou que a empresa de análise e inteligência de mercado, MicroStrategy, será a primeira companhia de capital aberto a oferecer aos colaboradores essa opção.

A própria Fidelity divulgou que oferecerá aos seus mais de 23 mil clientes corporativos a possibilidade de investir até 20% dos recursos em bitcoin para a aposentadoria. 

Essa decisão se tornou polêmica, já que os ativos são de alto risco e ainda abriu um debate sobre medidas antifraude que devem ser implementadas para que o dinheiro investido pelos funcionários e clientes não seja perdido. 

No Brasil, a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) declarou que os planos de previdência não podem investir em bitcoin.

Formada em Jornalismo pela PUCPR. Atualmente está cursando Pós Graduação em Questão Social e Direitos Humanos na mesma instituição de ensino. Tem paixão por informar as pessoas e acredita que a comunicação é uma ferramenta que pode mudar o mundo!