Associação de supermercados decide ir contra pedido de Paulo Guedes

Fique sabendo os detalhes da proposta de congelamento de preços feita por Paulo Guedes a supermercadistas na última semana.


A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) negou pedido de congelamento de preços até o final deste ano feito por Paulo Guedes, atual Ministro da Economia, durante evento voltado para supermercadistas.

Quem deu a negativa foi o próprio vice-presidente institucional da entidade, Marcio Milan.

Nesta matéria do NoDetalhe, você fica sabendo mais detalhes a respeito do pedido de congelamento de preços. Confira!

Tentativas de contenção da alta da inflação

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Fique sabendo os detalhes da proposta de congelamento de preços feita por Paulo Guedes a supermercadistas na última semana. (Imagem: Pexels/Divulgação)

Na última quinta-feira (09), o Ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu a supermercados e indústrias pelo congelamento de preços “por dois ou três meses. Esse pedido aconteceu durante o Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, organizado pela Abras. Essa é uma das tentativas de contenção da alta da inflação.

Antes do evento, o então presidente da Abras, João Galassi, teria feito uma proposta às indústrias para que fossem congelados os preços que são cobrados ao supermercados. Caso a proposta fosse aceita, então os valores iriam ter novos reajustes apenas no ano de 2023.

Para explicar, o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, apontou a possibilidade de haver mais promoções, de modo que seja possível comprar um volume maior junto à indústria com desconto maior. Ele também explicou que a cadeia de abastecimento é complexa, sendo difícil portanto firmar compromissos de redução de margem e congelamento de preço.

A proposta de Paulo Guedes, de congelar os preços, como ele próprio esclarece, não está ligada ao tabelamento de preços que teria acontecido durante o Governo Sarney, para conter a inflação na década de 1980. O pedido dele é que tanto os supermercados quanto a própria indústria, responsável por fornecer os insumos, tenham nova tabela de preços apenas em 2023.

Por sua vez, o presidente Jair Bolsonaro, que viajou para Los Angeles, nos EUA, durante a última semana em virtude da chamada Cúpula das Américas, fez uma incursão no evento do setor supermercadista. Ele pediu para que empresários que reduzam lucros para que os preços dos itens da cesta básica possam cair.

A tentativa de negociação com os supermercadistas se deve ao fato de que estamos em ano de eleição e, entre os focos da campanha de Bolsonaro, está a alta da inflação.

Ainda na semana passada, Bolsonaro propôs que o ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação) fosse zerado, o que serviu como argumento para Paulo Guedes durante o evento.

“ICMS, IPI? Nós reduzimos esses impostos. Então, ao longo da cadeia, trégua. É aquilo que você, João Galassi, disse muito bem: nova tabela de preços, só em 2023. Trava os preços. Vamos parar de aumentar os preços aí, dois, três meses. Nós estamos em uma hora decisiva para o Brasil”, disse Guedes no evento da Abas, fazendo referência às eleições que irão acontecer em outubro.

Redução dos impostos sobre a cesta básica

A pedido do governo, conversas, anteriores ao evento de quinta-feira, tinham sido iniciadas para propor saídas, com o intuito de reduzir pressões de preços. Desse modo, os supermercadistas fizeram o encaminhamento de duas propostas. A primeira dizia respeito à redução total dos impostos sobre a cesta básica. Enquanto isso, a segunda, tratava da desoneração sobre a folha de pagamento das empresas.

Como comentamos anteriormente, o corte referente ao Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços já tem aprovação do governo. Porém, por questões burocráticas, é necessário que aconteçam os trâmites, sendo preciso passar pelo Congresso. É possível que ainda nesta semana haja novidades em relação ao corte.

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Redatora WebGo Content e bacharelanda em Comunicação Organizacional na UTFPR.