Empréstimo do Auxílio Brasil pode ser ADIADO; entenda o caso
Entidades de defesa do consumidor se reúnem e pedem que o início do empréstimo consignado do Auxílio Brasil seja adiado.
Na última segunda-feira (15/08), um grupo de entidades de defesa do consumidor lançou uma campanha para que o início do empréstimo consignado ligado ao Auxílio Brasil seja adiado.
A campanha organizada por diferentes organizações pede a realização de estudos e manifestação técnica de especialista antes do início dos empréstimos.
A princípio, o grupo lançou um documento com o objetivo de reunir um bom número de adesões e levar ao Ministério da Cidadania. Porém, as entidades não descartam medidas judiciais contra o empréstimo do Auxílio Brasil.
Por que entidades querem que o empréstimo do Auxílio Brasil seja adiado?
Uma das questões que mais preocupam as entidades de defesa do consumidor que lançaram a “Nota em Defesa da Integridade Econômica da População Vulnerável” é o corte na renda de famílias que já ganham muito pouco por mês.
Segundo as organizações, a concessão de crédito consignado para famílias pobres deve trazer ainda mais dificuldades para essa população.
“Se os valores atuais são insuficientes para garantir uma vida digna, a possibilidade de comprometer até 40% desse valor com empréstimos condenará essas famílias ainda mais à miséria”, diz um trecho da carta.
A medida que estende a oferta de empréstimo consignado para beneficiários do Auxílio Brasil permite que os participantes comprometam até 40% do benefício (R$ 160) para pagar as prestações.
Mas especialistas alertam que o valor restante não seja suficiente para as necessidades básicas das famílias que contratarem o empréstimo. Afinal, enquanto a dívida do crédito dura até dois anos, o auxílio de R$ 600 se encerra em dezembro de 2022.
Entidades alertam sobre juros altos e risco de endividamento
Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), um dos maiores riscos do empréstimo do Auxílio Brasil são as taxas de juros praticadas pelo mercado, que podem chegar a 98% ao ano. Ou seja, o beneficiário pode pagar quase o dobro do valor que contratar.
Além disso, o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, destaca que “o problema é comprometer um ganho que já é baixo com endividamento”.
O Ministério da Cidadania ainda não se manifestou sobre o movimento.
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