Anvisa inicia análise da eficácia de dose de reforço da vacina AstraZeneca contra covid
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a realização de um estudo clínico para analisar a segurança, eficácia e imunogenicidade da aplicação de uma terceira dose da vacina contra covid-19 da AstraZeneca.
De acordo com a agência, o estudo será realizado com participantes que receberam duas doses da vacina, com um intervalo de quatro semanas entre elas. A terceira dose, também chamada de dose de reforço, será aplicada de 11 a 13 meses depois da segunda.
A Anvisa divulgou que se trata de um estudo clínico de fase três, no qual os participantes não saberão, a princípio, se tomaram uma dose da vacina ou um placebo.
Como funcionará o estudo clínico da vacina da AstraZeneca?
Segundo a Anvisa, o estudo clínico terá voluntários com idade de 18 a 55 anos que estão altamente expostos à infecção, como os profissionais de saúde. Gestantes e pessoas com comorbidades não serão incluídas na análise.
A agência também informou que o estudo será feito somente no Brasil, especificamente nos estados da Bahia (com 1,5 mil voluntários), Rio de Janeiro (com 1,5 mil voluntários), Rio Grande do Norte (com 1,5 mil voluntários), Rio Grande do Sul (com 3 mil voluntários) e São Paulo (com 2,5 mil participantes).
Depois da quebra do cegamento de pesquisa, que é quando os voluntários sabem se receberam placebo ou vacina, todos os participantes do estudo serão convidados a tomar a terceira dose de reforço.
Será preciso tomar 3ª dose da vacina?
Ainda não se sabe se a terceira dose da vacina é necessária, mas estudos estão começando a ser feitos sobre o tema. No Chile, um estudo comprovou que a imunidade da vacina, especificamente da CoronaVac, começa a cair ao longo dos meses e há uma sugestão de dar uma terceira dose, a de reforço, após seis meses.
No Brasil, a AstraZeneca conduzirá o estudo para saber se há necessidade de aplicar a terceira dose para reforçar a imunização e os primeiros resultados da análise podem sair a partir de outubro de 2021.
Até lá, a expectativa é que outros estudos comecem a ser divulgados para entender exatamente como o corpo reage após as duas doses e se há necessidade de aplicar uma de reforço após determinado período.
De acordo com o gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, é muito cedo para afirmar a necessidade de uma campanha de vacinação anual como acontece com o imunizante contra gripe (influenza), porque não há dados suficientes para ter certeza.
Campanha de vacinação anual contra Covid já confirmada em SP
Mesmo sem confirmação do Ministério da Saúde, o estado de São Paulo já anunciou que pretende fazer campanhas anuais de vacinação contra Covid. A informação foi confirmada por Jean Gorinchteyn, que é secretário estadual da Saúde de São Paulo.
De acordo com o secretário, a vacinação anual e nova campanha devem começar em 17 de janeiro de 2022, quando completa um ano que a imunização contra a doença começou no Brasil.
O secretário deixou claro que se trata de uma nova campanha de vacinação e não de uma terceira dose / dose de reforço, como tem sido especulado. É, na realidade, uma campanha de imunização frequente, como a da gripe (influenza).
A decisão foi tomada com base na prerrogativa de que vacinas para vírus respiratórios, como o Sars-Cov-2, exigem campanhas de vacinação anuais porque há uma queda de anticorpos ao longo dos meses e existe a necessidade de atualização do imunizante devido a novas cepas circulantes.
Gorinchteyn afirmou que a execução desse plano anual de vacinação depende da articulação do estado com o Ministério da Saúde, mas já há uma articulação com o Conass (Conselho Nacional de Secretários da Saúde) para organizar um novo calendário de vacinação.
A expectativa do governo paulista é que a nova campanha de vacinação contra Covid seja mais tranquila do que a de 2021, considerando um cenário de controle da pandemia, com a maioria da população adulta com o ciclo vacinal completo e maior disponibilidade de imunizantes.
Parte da boa previsão feita pelo governo do estado de São Paulo se deve à possibilidade de aumentar o número de imunizantes utilizados no país, com o acréscimo da ButanVac, que é produzida pelo Instituto Butantan e teve testes clínicos em humanos iniciados em julho.
Inclusive, especula-se que a revacinação dos paulistas seja feita com apenas uma dose da ButanVac, independentemente da vacina aplicada originalmente, seguindo a ordem de prioridade utilizada atualmente.