Prévia da inflação foi de 0,83% em junho: saiba o que teve aumento de preço

Marina Darie

25/06/2021

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA-15, referente ao mês de junho foi divulgado hoje (25/06). Este indicador, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,  o IBGE, faz a prévia da inflação oficial do país. Neste mês, ela ficou em 0,83%. Mas o que isso significa?

Primeiramente, ao comparar a prévia da inflação deste mês (0,83%) com maio (0,44%) é possível ver que houve um aumento de 0,34 ponto percentual durante este período. Já em junho de 2020, este indicador estava em 0,02%. Ou seja, ele aumentou – e muito! O acumulado nos últimos 12 meses foi de 8,13%, de acordo com o IBGE. 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo é o resultado da medição de nove grupos, como por exemplo: Transportes, habitação, alimentação e bebidas, saúde e cuidados pessoais, educação e artigos de residência. 

Quais foram os motivos que causaram a alta da prévia da inflação?

Veja os três principais motivos para a prévia da inflação ficar em 0,83% neste mês

Prévia da inflação ficou em 0,83% em junho. Veja os motivos. (Imagem: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

Em nota divulgada nesta sexta-feira, o IBGE cita três principais motivos para a alta da prévia da inflação para o mês de junho: transportes, habitação e alimentação e bebidas. Entenda:

No âmbito dos transportes, o que causou o aumento da inflação foi o crescimento do preço dos combustíveis. 

O resultado do grupo dos Transportes (1,35%) foi influenciado pela alta nos preços dos combustíveis (3,69%). A gasolina teve alta de 2,86% em junho e acumula variação de 45,86% nos últimos 12 meses. Os preços do gás veicular (12,41%), do etanol (9,12%) e do óleo diesel (3,53%) também subiram”, explica em nota o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 

Além disso, o reajuste de 16% no preço da passagem de metrô no Rio de Janeiro, que vigora desde o dia 11 de maio e o reajuste de 4,76% na tarifa do ônibus urbano em Salvador foram outros fatores. 

No quesito de Habitação, a causa nasce no preço da energia elétrica. Como uma forma de se preparar par a forte crise hídrica que está por vir, a Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, acionou a bandeira vermelha patamar dois em junho. A partir dessa medida, houve um acréscimo de $ 6,243 a cada 100 kWh consumidos.

Em maio, a bandeira tarifária ainda era a vermelha patamar 1, o que leva a uma cobrança de um valor menor na conta de luz para a população: R$ 4,169 a cada 100 kWh consumidos.

Outros fatores no âmbito da habitação foram se devem aos reajustes de água e esgoto em São Paulo e Curitiba.

Por fim, a Alimentação e Bebidas fazem parte do terceiro motivo mais importante para o aumento da prévia da inflação. Esse ponto teve alta de 0,41% em junho – considerado ainda estável na comparação com maio, que ficou em 0,48%. 

Todas as capitais brasileiras registraram alta da prévia da inflação neste mês. 

O menor resultado ocorreu em Belém (0,29%), influenciado pela queda nos preços das frutas (-5,59%), das passagens aéreas (-5,68%) e pela alta menos intensa da energia elétrica (0,82%) na comparação com as demais regiões. Já a maior variação foi registrada em Porto Alegre (1,18%), onde pesou a alta de 5,65% nos preços da gasolina.”, segundo o IBGE. 

O que outras previsões de inflação afirmam?

Nesta semana, o Banco Central divulgou uma estimativa de inflação para 2021. De acordo com o BC, ela passou de 5% para 5,8%. Esse aumento foi feito com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 

Este valor está acima do centro da meta de inflação, que é de 3,75%. O limite da meta é de 5,25%, o que também está abaixo da previsão realizada pelo banco central para este ano. 

Essa meta é estipulada pelo Conselho Monetário Nacional. Para alcançá-la, o BC  deve alterar a taxa básica de juros, a Selic. 

De acordo com o Banco Central, a alta da estimativa da inflação para 2021 aconteceu pelo aumento dos preços dos commodities, como ferro e petróleo, a piora da crise hídrica no Brasil e a pouca oferta de alguns produtos e insumos.

Entre os fatores que podem diminuir a taxa de expansão estão: risco de surgimento ou disseminação de novas variantes de preocupação do SARS-CoV-2; dificuldade para obtenção de insumos e custos elevados em algumas cadeias produtivas; e eventuais implicações da crise hídrica. Ademais,  reitera-se que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia.”, afirmou o Banco Central no Relatório Trimestral de Inflação do segundo trimestre de 2021.

Fontes: IBGE e Banco Central

Marina Darie
Escrito por

Marina Darie

Formada em Jornalismo pela PUCPR. Atualmente está cursando Pós Graduação em Questão Social e Direitos Humanos na mesma instituição de ensino. Tem paixão por informar as pessoas e acredita que a comunicação é uma ferramenta que pode mudar o mundo!

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