Botijão de Gás chega a valor médio de R$ 113,11
O preço do botijão de gás de cozinha afeta inúmeros setores da sociedade brasileira, além do bolso da população. O No Detalhe te explica.
Em três anos, o preço do botijão de gás de cozinha aumentou, em média, 64%. De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ele passou de R$ 68,85, em setembro de 2019, para R$113,11 atualmente, o que representa um crescimento de cerca de R$45,00. Um dos principais responsáveis por essa alta é a adoção da política de Preço de Paridade Internacional (PPI).
O PPI começou a ser usado no Brasil em 2016, quando o ex-presidente Michel Temer estava no poder. A política permite que o valor dos combustíveis, como gasolina, diesel e o GLP acompanhe a tendência do mercado internacional. Com isso, pode haver a manutenção, redução ou aumento nos preços praticados nas refinarias.
Por conta do PPI, o Brasil passou por 17 aumentos consecutivos no preço do gás de cozinha, de 31 de março de 2020 a abril deste ano. Este cenário pesa no bolso dos brasileiros, pois o botijão de GLP representa 9,4% do salário mínimo e, além disso, é um dos grandes influenciadores para o crescimento constante da inflação no país.
Relação entre o preço do botijão de gás e a inflação
Os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), apontam que oito dos nove grupos pesquisados tiveram alta em abril.
O IPCA-15 é responsável por medir a inflação em produtos e serviços de consumo pessoal e familiar. Portanto, ele demonstra quais áreas foram responsáveis por puxar a inflação nos últimos quinze dias, período em que a pesquisa é feita.
Em abril, os setores que mais tiveram alta de preços foram o de Transportes, por conta do aumento da gasolina; Alimentação e Bebidas, pelo crescimento dos preços de alimentos para consumo no domicílio e; Habitação, cujo maior impacto veio por conta do botijão de gás de cozinha.
Em Habitação (1,73%), a maior variação (8,09%) e o maior impacto (0,11 p.p.) vieram do gás de botijão, na esteira do reajuste de 16,06% no preço médio de venda do GLP para as distribuidoras aplicado a partir de 11 de março”, informou o IBGE.
Última redução do GLP
O último reajuste da Petrobras com relação ao GLP foi uma redução média de R$ 3,27 por 13 kg, que começou a valer no dia 9 de abril. De acordo com a estatal, ela acompanhou a evolução dos preços internacionais e a taxa de câmbio, que se estabilizaram em patamar inferior para o gás de cozinha, o que culminou na redução dos preços de venda às distribuidoras.
A partir de 09/04, o preço médio de venda de GLP da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 4,48 para R$ 4,23 por kg, equivalente a R$ 54,94 por 13kg, refletindo redução média de R$ 3,27 por 13 kg.”, destacou a Petrobras em abril.
Nesta segunda-feira, 9 de maio, a empresa anunciou que a partir de amanhã, o diesel vai sofrer o primeiro reajuste em 60 dias e passará a ser vendido de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro – uma variação de R$ 0,36 por litro. Ainda sim, os preços da gasolina e do botijão de gás de cozinha vão ser mantidos.
Fiscalização da ANP
Além de estar pagando caro pelo botijão de gás de cozinha, o brasileiro ainda é vítima de fraudes em muitos casos. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza fiscalizações semanais em todo o país, para verificar se os estabelecimentos estão cumprindo as ordens e leis da agência. Entre os dias 2 e 5 de maio, isso foi feito em 14 unidades da federação.
Em Camboriú, município de Santa Catarina, uma revenda de GLP foi autuada por comercializar botijões de gás de cozinha de uma distribuidora diferente da que está autorizada pela ANP. Em Minas Gerais, dois municípios tiveram irregularidades.
Em Ibirité, duas revendas de GLP sem autorização foram interditadas. Ao todo foram apreendidos 108 vasilhames. Já em Nanuque, um revendedor de GLP foi autuado por armazenamento de vasilhames fora da área apropriada.
Fonte: Com informações de CNN Brasil.