Educação Financeira: BC tem ferramentas gratuitas de auxílio à população
Educação financeira é um tema complicado. Com a vida adulta, palavras como juros, boletos, cheque especial começam a surgir na vida dos brasileiros, que nem sempre sabem lidar com o dinheiro.
Em março de 2020, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) fizeram uma pesquisa, que mostra que quatro em cada dez brasileiros já queriam reduzir gastos no ano passado. Com a pandemia de COVID-19 e a consequente crise financeira que se intensificou no Brasil em 2020, essa questão ficou mais recorrente.
Como uma forma de auxiliar a população nesse sentido, o Banco Central desenvolveu programas de educação financeira gratuitos. Eles já receberam menções da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Rede Internacional para Educação Financeira (International Network for Financial Education – INFE).
Ferramentas de educação financeira do BC
- Minha Vida Financeira: o site oferece informações e dicas sobre operações financeiras, como empréstimo, cheque sem fundo, financiamentos e dívidas com o setor público federal;
- Registrato: com essa ferramenta, o cidadão pode consultar quais e quantas contas correntes ou empréstimos estão vinculados ao seu CPF. De uma forma geral, ela possibilita que o usuário monitore as operações financeiras que ele realiza, até mesmo transferências internacionais e com PIX.
- Calculadora do Cidadão: serve como uma calculadora de estimativas. Possibilita prever o valor das parcelas de um financiamento ou o cálculo do rendimento de uma aplicação financeira.
- É da Sua Conta: um curso criado pelo BC direcionado para profissionais que atuam na proteção ao consumidor de produtos e serviços financeiros.
- Aprender Valor: curso que pode ser assistido em escolas, no Ensino Fundamental, sobre educação financeira.
Educação financeira no Brasil
Educação financeira não é algo muito comum nas escolas brasileiras, principalmente nas públicas. Um levantamento feito pelo Ibope/C6 Bank, feito em abril de 2020, mostra que apenas 21% dos entrevistados tiveram aulas sobre esse tema na infância.
Veja alguns resultados da pesquisa, que foi feita com pessoas de classes sociais diferentes (A, B e C), com mais de 16 anos e com acesso à internet:
- 38% dos entrevistados aprenderam noções de educação financeira na adolescência (dos 12 aos 17 anos de idade);
- 27% tiveram contato com o assunto na juventude (dos 12 aos 24 anos);
- 14% só aprenderam sobre finanças pessoais depois dos 25 anos;
- 19% dos entrevistados da classe C tiveram o primeiro contato com educação financeira na infância. Para a classe A, o resultado foi de 36% e para a B foi de 22%;
- 57% dos entrevistados da classe A relatam ter aprendido finanças pessoais em casa, com pais e familiares. Na classe C, esse número cai para 38%.
Educação financeira na pandemia de COVID-19 no Brasil
O Ibope/C6 Bank realizou outra pesquisa, em junho de 2020, sobre como os brasileiros mudaram hábitos financeiros durante a pandemia de COVID-19.
De acordo com o levantamento, 51% dos entrevistados diminuíram os gastos. De uma forma geral, nove em cada dez brasileiros transformaram a forma que gastam dinheiro. Essa estatística representa 89% dos participantes da entrevista.
O que mais mudou nos hábitos financeiros dos brasileiros?
- 51% dos entrevistados diminuíram os gastos;
- 27% guardam mais dinheiro para possíveis incertezas do futuro;
- 22% começaram a atrasar o pagamento de boletos ou contas.
O atraso de contas e, consequentemente, a inadimplência gera problemas financeiros e também emocionais para o brasileiro, de acordo com o SPC Brasil e a CNDL. Ansiedade, estresse e irritação, tristeza e desânimo, angústia e, por fim, vergonha, são os sentimentos mais comuns mencionados pela população que está nessas situações.
Todos esses problemas emocionais, podem até mesmo afetar a produtividade no trabalho. Desatenção, irritação e impaciência costumam ser comuns quando a vida financeira começa a trazer preocupações para os trabalhadores.