O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) foi autorizado pela Procuradoria Federal a repetir questões de edições anteriores do Enem no exame deste ano e de 2023.
Em um parecer técnico obtido pelo UOL, a Procuradoria liberou a repetição de questões, pois não há ilegalidades neste tipo de situação. No entanto, a Procuradoria pediu que o Inep reavalie a proposta ou explique os critérios usados para escolher as perguntas.
Por que Inep quer repetir questões de edições anteriores no Enem 2022?
O Inep sugeriu o uso de questões repetidas nas edições de 2022 e 2023 do Enem em um documento interno revelado pelo UOL em março. No documento, o instituto destacava que a medida era necessária por conta da escassez do Banco Nacional de Itens (BNI), que reúne perguntas aprovadas para o exame.
De acordo com o documento, o número de questões novas e “prontas” para o exame não é suficiente para montar uma prova do Enem. Na área de linguagens, por exemplo, apenas 43 itens constam como “pré-testados adequados” para a prova.
Inep pede para repetir questões de outras edições do Enem por falta de perguntas. Foto: Divulgação
Problema surge após crise no Inep
O caso representa uma espécie de continuação da pior crise do Inep, que aconteceu em novembro do ano passado. Na época, dezenas de servidores do instituto pediram exoneração de seus cargos para tentar pressionar a saída de Danilo Dupas, presidente do Inep.
A pressão contra Dupas começou após acusações de tentativas de censura na prova do Enem. Segundo relatos de servidores, o então diretor de Avaliação de Educação Básica, Anderson Oliveira, tentou remover mais de 20 questões da primeira versão do Enem 2021.
Na época, um dos funcionários afirmou que a maior parte da censura era voltada a questões relacionadas a contextos sociopolíticos ou socioeconômicos. De acordo com o relato, os principais alvos eram perguntas sobre a história dos últimos 50 anos do Brasil, período que inclui a ditadura militar, por exemplo.
Fonte: UOL.
Felipe Matozo
Jornalista, ator profissional licenciado pelo SATED/PR e ex-repórter do Jornal O Repórter. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.
