Entenda por que esta empresa de varejo faliu pela segunda vez em menos de um mês
06/07/2022
A Máquina de Vendas, empresa dona da Ricardo Eletro, faliu duas vezes em menos de um mês. A situação incomum se deu porque a Justiça voltou a decretar falência 26 dias após a empresa ter conseguido reverter a primeira decisão judicial.
No começo de junho, o grupo Máquina de Venda conseguiu a reversão da falência. Com isso, a empresa varejista estava em recuperação judicial e já havia aprovado acordo de pagamento com os credores, mas voltou a ter a falência decretada nesta terça-feira (05/07).
A falência foi decretada a pedido dos bancos com os quais a empresa tem dívida, mas a Máquina de Vendas irá recorrer novamente da decisão da Justiça.
Empresa faliu duas vezes por conta de dívidas bilionárias
Empresa dona da Ricardo Eletro faliu duas vezes em menos de um mês. Foto: Canva
O valor da dívida do Grupo Máquina de Vendas chega a R$ 4 bilhões, sendo mais de R$ 1 bilhão em atrasos tributários.
Levando em conta apenas o Bradesco e o Santander, o valor é de aproximadamente R$ 2 bilhões em títulos da dívida (debêntures).
Mas o presidente da Máquina de Vendas, Pedro Bianchi, afirma que não parece que os interesses individuais de três instituições financeiras “sejam tidos como absolutos em detrimento de mais de 17 mil outros credores”, conforme destacou em nota ao Estadão. Por isso, Bianchi informa que a empresa discorda da decisão e “irá apresentar e adotar as medidas cabíveis”.
Empresa já foi concorrente de gigantes do setor
A Máquina de Vendas já chegou a ter um faturamento de R$ 9,5 bilhões e 1,2 mil lojas no país. Com isso, a companhia aparecia como uma das principais concorrentes de gigantes do varejo brasileiro, como Magazine Luiza, Casas Bahia e Ponto.
Hoje, no entanto, a empresa conta apenas com um site com poucos produtos e tem faturamento perto de zero. Em 2020, o CEO da Máquina de Vendas, Ricardo Nunes, chegou a ser preso por acusação de sonegação, mas ficou apenas um dia na cadeia.
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Felipe Matozo
Jornalista, ator profissional licenciado pelo SATED/PR e ex-repórter do Jornal O Repórter. Ligado em questões políticas e sociais, busca na arte e na comunicação maneiras de lidar com o incômodo mundo fora da caverna.
