Este é o lado amargo da indústria do chocolate que escondem de você

Saiba como a produção de cacau, matéria prima do chocolate, é responsável por sérios problemas na África Ocidental há décadas.


Quem não gosta de um chocolatinho depois do almoço, não é mesmo? Popular no mundo inteiro e com uma grande variedade de marcas e sabores, o chocolate é um dos doces ou guloseimas mais consumidas atualmente. Cálculos indicam que a humanidade consome incríveis 7 milhões de toneladas de chocolate por ano!

Mas você sabia que nem é tudo doce quando o assunto é chocolate? A indústria do chocolate esconde um lado amargo e que muita gente não conhece. Continue lendo e saiba mais!

Impactos negativos no meio-ambiente

O cacaueiro, árvore que produz o cacau, matéria prima do chocolate, é de difícil plantio. Ela exige a presença de altas temperaturas e chuva abundante.

Este é o lado amargo da indústria do chocolate que escondem de você (Imagem: Reprodução/Pixabay)
Este é o lado amargo da indústria do chocolate que escondem de você (Imagem: Reprodução/Pixabay)

Grande parte do cacau consumido no mundo é produzido na África Ocidental, mais especificamente em dois países: Costa do Marfim e Gana, que apresentam climas compatíveis com os necessários para o plantio do fruto. Mas outros países africanos também se destacam na produção de cacau, como Nigéria e Camarões.

Apenas estes quatro países são responsáveis pela produção de quase 69% de todo o cacau consumido no mundo.

O problema é que, para plantar o cacau, grande parte das florestas tropicais precisam ser derrubadas. Especialistas estimam que cerca de 70% do desmatamento ilegal da Costa do Marfim, por exemplo, está relacionado à plantação de cacau. Desde a década de 1970, cerca de 80% das florestas do país desapareceram de acordo com o Ministério das Florestas.

Esse já é um assunto reconhecido até mesmo pela própria indústria do chocolate, que vem buscando alternativas menos danosas ao meio-ambiente. Recentemente, a Mars, por exemplo, fabricante mundial de chocolates, mapeou o genoma do cacau, o que pode levar a cacaueiros de três a quatro vezes mais produtivos que os cultivados na África Ocidental, o que pode ajudar a frear o desmatamento ao se optar por um plantio mais estratégico.

Trabalho infantil

O desmatamento não é o único problema relacionado à plantação de cacau na África Ocidental: para atender a alta demanda mundial pelo fruto, produtores frequentemente empregam mão-de-obra infantil para ajudar no processo de cultivo, colheita e transporte de grãos.

O trabalho infantil em plantações de cacau na Costa do Marfim já é alvo de denúncias por ONGs há mais de vinte anos. Em maio de 2021, por exemplo, uma operação chamada “Nawa 2” foi realizada na região de Soubré, uma das principais quando o assunto é cacau, visando conscientizar e convencer as autoridades marfinenses a lutar contra o trabalho infantil.

Entre 2013 e 2014, estima-se que cerca de 2 milhões de crianças foram usadas para trabalhos em plantações de cacau em Gana e Costa do Marfim. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Chicago, esse número caiu para 800.000 entre 2018 e 2019.

Apesar disso, a comunidade internacional muitas vezes faz vista grossa a essa denúncias muito bem embasadas. Os Estados Unidos, por exemplo, já chegou a ameaçar boicotar o cacau da Costa do Marfim, mas o projeto não avançou.

Com informações de WWF e G1.

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Editor, redator e revisor da WebGo Content, graduado em Letras – Português/Inglês. Tem experiência com redação, revisão e editoração de textos para Web.