Golpe do falso empréstimo: saiba como não cair nas armadilhas

Marina Darie

16/07/2021

Atenção consumidores: mais um golpe financeiro foi alvo de uma operação policial e traz luz sobre uma prática que já causou problemas para muitos brasileiros. A Operação Saque Rápido prendeu 41 suspeitos de participarem de uma quadrilha de estelionatários, que faziam o golpe do falso empréstimo. 

Durante um ano, o grupo roubou mais de R$30 milhões de reais das vítimas, que moram em todos os cantos do Brasil. Os envolvidos nos crimes foram presos nos Estados de São Paulo e do Paraná no dia sete de julho. 

Como era feito o golpe do falso empréstimo?

Veja o passo a passo do golpe do falso empréstimo

Veja como era feito o gole do falso empréstimo e como evitá-lo. (Imagem: Mikhail Nilov / Divulgação)

Os golpistas utilizam nomes de instituições financeiras renomadas, como Banco Central (BC), Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e Receita Federal. Até mesmo o nome do escritor português, José Saramago, era mencionado nos golpes do falso empréstimo. 

Com grandes nomes como os que foram mencionados acima, a quadrilha criava anúncios no Google para atrair novas vítimas. Mais de R$600 mil foram investidos para a criação dos GoogleAds. A ideia principal era atrair pessoas que procuravam por palavras chave, como “empréstimo para negativados” na plataforma de buscas. 

Quando a pessoa digitava esses termos no campo de buscas, os sites do grupo criminoso apareciam. Depois disso, era fácil aplicar os golpes:

  1. O consumidor completava um cadastro com dados pessoais no site dos golpistas;
  2. A pessoa recebia e assinava um contrato;
  3. O contrato previa multa de 30% a 40% do valor de crédito caso quisesse cancelar a operação;
  4. Antes do crédito ser liberado pela empresa falsa, o sistema travava e a vítima tinha que depositar um valor antecipado na conta do estelionatário para, então, receber o dinheiro que solicitou;
  5. Se esse pagamento não fosse feito pela vítima, ameaçavam dela ter o nome negativado por quebrar o contrato já assinado;
  6. As vítimas recebiam um documento falso em nome da Febraban, com a assinatura de uma pessoa chamada José Saramago, que na verdade, foi o escritor português que faleceu em 2010. A assinatura, nada mais era, do que o autógrafo de Saramago de ponta cabeça;
  7. O dinheiro que era depositado pela vítima na conta dos estelionatários era sacado pelo golpistas e encaminhado para os líderes da quadrilha. 

Operação Saque Rápido

De acordo com a Polícia Civil do Paraná, só foi possível prender 41 suspeitos de integrarem a quadrilha, pois ela está espalhada em todo o Brasil. 

Como é uma organização criminosa que tem milhares de pessoas, a gente identificou 50 dos principais. Porque, se fosse [para prender todos os envolvidos], a gente teria que prender 10.000 pessoas numa operação”, disse o delegado da Polícia Civil do Paraná, Guilherme Dias, ao programa Fantástico, exibido neste domingo pela Rede Globo.

Rafael de Alencar Feliz é instrutor de autoescola e foi um dos presos na Operação Saque Rápido. De acordo com as investigações, ele tinha mais de R$3 milhões na conta bancária. 

Os advogados de Feliz defendem que o instrutor não conhece os outros investigados da operação, que as movimentações financeiras e os bens dele foram declarados à Receita Federal e, por fim, ressaltam que ele é inocente. 

Outra pessoa, suspeita de participar do golpe do falso empréstimo, foi Luciana Guimarães Lupi, que tinha R$ 16,9 milhões na conta. De acordo com Lupi, ela trabalhava como agente de compra e venda e recebia um salário de R$ 8.000,00 por mês. A defesa dela diz que ela é inocente. 

Já o Google, plataforma que facilitou os crimes, afirma que tem políticas rígidas para verificar os conteúdos anunciados. Segundo o site de buscas, em 2020, 3,1 bilhões de anúncios suspeitos foram removidos.

Como se proteger de golpes do falso empréstimo

Um dos principais alertas para o golpe do falso empréstimo foi a necessidade das vítimas terem que fazer um pagamento antecipado. Nenhuma instituição financeira de confiança faz esse tipo de pedido. 

Confira outras dicas:

  • Se a oferta for boa demais, sem a cobrança de juros, por exemplo, desconfie!;
  • Procure empresas e instituições financeiras que seguem as normas do Banco Central;
  • Não faça o pagamento das parcelas em contas de pessoas físicas;
  • Busque a reputação da empresa em sites de reclamações e no Procon do seu Estado. Verifique se existem golpes denunciados com o nome da instituição;
  • Não passe seus dados pessoais ou imagens de documentos por WhatsApp antes de conferir se o número do contato é oficial e se ele está vinculado a uma empresa séria. 

Além disso, quando estiver em sites de notícia ou blogs para pesquisar alternativas de empréstimo ou em busca de informações sempre confira se os links estão redirecionando para sites oficiais. Em caso de dúvidas, não feche nenhuma negociação.

No caso do No Detalhe, só são recomendadas opções de empréstimos seguras, com boa reputação e avaliação entre os clientes. Ainda assim, o site não se responsabiliza por sites e aplicativos de terceiros.

Fontes: Fantástico, Poder 360 e Serasa

Marina Darie
Escrito por

Marina Darie

Formada em Jornalismo pela PUCPR. Atualmente está cursando Pós Graduação em Questão Social e Direitos Humanos na mesma instituição de ensino. Tem paixão por informar as pessoas e acredita que a comunicação é uma ferramenta que pode mudar o mundo!