Grandes bancos NÃO VÃO oferecer o Empréstimo Consignado do Auxílio Brasil

Alexandre G. Peres

10/08/2022

No começo deste mês de agosto, o presidente Jair Bolsonaro sancionou o Empréstimo Consignado do Auxílio Brasil.

Com isso, foi liberada a modalidade de crédito consignado não apenas para quem recebe Auxílio Brasil, mas também para quem recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Porém, o Consignado do Auxílio Brasil vem dando o que falar, e não de uma forma boa. Repleto de polêmicas e considerado um empréstimo “predatório“, alguns dos principais bancos do Brasil já se pronunciaram contrários e não devem oferecê-lo.

Continue lendo e entenda melhor por que até mesmo os bancos estão rejeitando esta linha de crédito criada pelo governo Bolsonaro.

Por que o Empréstimo do Auxílio Brasil vem sendo considerado um retrocesso?

Conforme já explicamos aqui, o Empréstimo Consignado do Auxílio Brasil vem sendo considerado uma péssima opção principalmente por dois motivos: 1) por não ter um limite para a taxa de juros; e 2) por comprometer até 40% de um benefício que deveria servir para ajudar famílias a comprarem comida e outros bens essenciais.

No caso dos juros, já há relatos de empresas cobrando até 5,85% ao mês, o que dá quase 100% ao ano. Isso é quase o triplo cobrado por empréstimos consignados para beneficiários do Instituto Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por exemplo.

O segundo ponto é ainda mais polêmico: a medida aprovada por Bolsonaro permite que 40% do valor do Auxílio Brasil seja usado para a prestação do empréstimo.

Partindo do valor mínimo de R$ 400 (e desconsiderando o valor temporário de R$ 600, que só deve durar até dezembro), é possível comprometer até R$ 160 para o empréstimo consignado, fazendo sobrar apenas R$ 240 de auxílio.

Por que vários bancos não querem oferecer o Empréstimo do Auxílio Brasil?

Porque as instituições financeiras que liberarem essa opção podem acabar manchadas, já que o empréstimo vai fazer com que parte do dinheiro, que deveria ser destinado ao básico da sobrevivência de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, vá parar na mão dos bancos.

Na última terça-feira (9), por exemplo, Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco, afirmou, durante uma coletiva sobre os resultados do banco, que o Itaú optou por não liberar o Empréstimo Consignado do Auxílio Brasil.

Segundo Maluhy Filho, esse “não é o produto certo para público vulnerável“.

Também partiu desse mesmo ponto de vista Octavio de Lazari Jr., presidente do Bradesco, que também informou que não vai operar a linha de crédito.

Além do Itaú e do Bradesco, outros bancos também já se pronunciaram contrários ao Empréstimo Consignado do Auxílio Brasil e não devem oferecer a modalidade, como Santander, Nubank e Banco BMG.

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Alexandre G. Peres

Editor, redator e revisor da WebGo Content, graduado em Letras – Português/Inglês. Tem experiência com redação, revisão e editoração de textos para Web.

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