Inflação levou salário mínimo ter a maior alta dos últimos seis anos e poder de compra diminuir em R$ 62
A inflação é um dos piores inimigos atuais do brasileiro. Com ela, o poder de compra diminui drasticamente. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo, que foi reajustado em janeiro, sofreu redução de R$62,00 no poder de compra.
Os R$1100,00, que começaram a valer no início do ano, hoje, valem R$1038,00. Um dos indicadores que comprova isso é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Desde janeiro, ele subiu 5,9% – uma das maiores altas para o mês em quase 20 anos.
Com isso, vários produtos essenciais começam a ficar mais caros. Isso já aconteceu com o arroz, óleo, carne, frango, margarina, café, botijão de gás de cozinha, gasolina e etanol.
Como estão os índices que medem a inflação no Brasil?
Além do INPC, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é outro indicador que calcula a inflação no país. Ele é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O último IPCA divulgado, referente ao mês de agosto, foi de 0,87% – a maior variação para o mês desde o ano 2000, de acordo com o IBGE. O acumulado dos últimos 12 meses foi de 9,68%.
As maiores variações apareceram nos setores de:
- Transportes: 1,46%;
- Alimentação e bebidas: 1,39%;
- Habitação: 0,68%.
Preço do gás de cozinha e a inflação
O aumento do preço do gás de cozinha, também conhecido como GLP, foi uma das causas para a alta do IPCA no setor de Habitação.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), desde o início do ano, o valor médio de um botijão subiu quase 30% para o consumidor. Ele custava R$ 75,29 no final de 2020 e, até o início de setembro, passou para R$ 96,89.
O preço do botijão é composto por:
- Preço exercido pela Petrobras nas refinarias;
- Tributos federais, como PIS/PASEP e Cofins e imposto estadual, o ICMS;
- Custo de distribuição e revenda.
Desde março, os tributos federais sobre o GLP estão zerados.
Confiança da indústria recua
A preocupação com a inflação também atingiu os empresários do setor de indústrias. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), recuou 5,2 pontos em setembro.
O indicador ainda está acima da média histórica, com 58 pontos, mas sofreu uma diminuição. O otimismo é considerado menos intenso e menos disseminado no setor.
A conjunção de fatores como a aceleração da inflação e incertezas decorrentes da crise hídrica e do cenário político influenciaram negativamente a percepção das condições correntes da economia brasileira e, assim, afetaram a confiança do empresário industrial”, afirmou o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Um dos pontos de destaque para o empresário industrial é a percepção sobre as condições correntes no cenário econômico. Neste quesito, houve queda de 56,2 pontos para 47,3 pontos no Índice de Condições Atuais da economia, de agosto para setembro.
Para calcular o ICEI, a CNI entrevistou 1.611 empresários, sendo 635 de empresas de pequeno porte, 608 de médio porte e 368 de grande porte, entre os dias 1º e 9 de setembro.
O que o Governo Federal diz sobre a inflação?
Nesta quarta-feira, dia 15 de setembro, o Ministro da Economia, Paulo Guedes afirmou que a inflação sobre os preços dos alimentos é um problema enfrentado no mundo inteiro.
Para Guedes, o Brasil precisa de tranquilidade política para que essa situação melhore.
[Os preços] estão subindo no mundo inteiro. O mundo inteiro fez um combate à pandemia por meio de programas de transferência de renda. O preço da comida está subindo no mundo inteiro, o dólar já era para ter descido aqui, mas o barulho político está muito grande”, defendeu Guedes em entrevista para um programa da rádio Jovem Pan.
O ministro também afirmou que, no ano que vem, a inflação deve ser normalizada no país. A meta para ela é de 4% em 2022, segundo ele.
Fontes: Correio Braziliense, G1, IBGE e CNN.