IOF mais caro já está valendo: saiba como ele interfere no seu bolso
Nesta segunda-feira, as novas alíquotas do IOF começaram a valer. Esse é o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários. Ele foi alterado pelo Governo Federal para que seja possível alterar os valores do Bolsa Família, que logo, se chamará Auxílio Brasil.
Com a alta do IOF, operações de crédito também ficarão mais caras. Entre elas: cheque especial, cartão de crédito, crédito pessoal e os empréstimos para empresas.
As novas tarifas do tributo vão valer até o dia 31 de dezembro. Segundo a União, com elas, será possível recolher R$ 2,14 bilhões para financiar o novo Bolsa Família.
Quais são as novas tarifas do IOF?
As alíquotas do IOF variam de pessoa jurídica para pessoa física. Veja como elas ficam, a partir desta segunda-feira, até o dia 31 de dezembro.
Pessoa jurídica:
- Alíquota diária atual: 0,0041%
- Alíquota anual atual: 1,50%
- Nova alíquota diária: 0,00559%
- Nova alíquota anual: 2,04%
Pessoa física:
- Alíquota diária atual: 0,0082%
- Alíquota anual atual: 3,0%
- Nova alíquota diária: 0,01118%
- Nova alíquota anual: 4,08%
Com esses aumentos, operações financeiras feitas no Brasil, como cheque especial, cartão de crédito, crédito pessoal e os empréstimos para empresas vão ter mais impacto para os consumidores.
Veja simulações do IOF para operações de crédito de R$1000,00.
Crédito pessoal:
- Prazo para pagamento: 12 meses
- IOF até 19/09: R$33,73
- IOF a partir de 20/09: R$44,61
Rotativo do cartão de crédito:
- Prazo para pagamento: 2 meses
- IOF até 19/09: R$8,72
- IOF a partir de 20/09: R$10,51
Cheque especial pessoa física:
- Prazo para pagamento: 3 meses
- IOF até 19/09: R$11,18
- IOF a partir de 20/09: R$13,86
Capital de giro para empresas:
- Prazo para pagamento: 12 meses
- IOF até 19/09: R$18,77
- IOF a partir de 20/09: R$24,2
Cheque especial pessoa jurídica:
- Prazo para pagamento: 3 meses
- IOF até 19/09: R$7,49
- IOF a partir de 20/09: R$8,83
Rotativo do cartão de crédito PJ:
- Prazo para pagamento: 2 meses
- IOF até 19/09: R$6,26
- IOF a partir de 20/09: R$7,15
Polêmicas sobre o aumento do imposto sobre operações de crédito
Com a viagem para Nova Iorque de Jair Bolsonaro para o encontro da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente em exercício é o general Hamilton Mourão.
Ele comentou nesta segunda-feira sobre o aumento das alíquotas e afirmou que a arrecadação de mais de R$2 bilhões, para o novo Bolsa Família, não é tão expressiva.
O que pude entender é até o final do ano (a vigência do reajuste). Essa arrecadação não é tão expressiva assim. De R$ 2 bilhões. É mais para dar uma folga nas manobras que estão sendo feitas. O presidente mesmo comentou ontem que muita gente está desempregada, tem muita gente sem perspectiva. Compete ao governo auxiliar”, relatou Mourão.
Por outro lado, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou uma nota em que se mostrou contra o aumento do tributo.
O resultado é o desestímulo aos investimentos e mais custos para empresas e famílias que precisam de crédito. Esse aumento do IOF é um fator que dificulta o processo de recuperação da economia.”, informou a Febraban.
Ela ressalta que, a única forma para alavancar novamente a economia brasileira, enfrentar as dificuldades fiscais e evitar impactos negativos no custo do crédito, é com a aprovação de reformas estruturais no Congresso Nacional.
A federação afirmou que, a alta do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários, agrava o custo dos empréstimos.
Ela ressalta, ainda, que neste momento em especial, o Banco Central ainda vai precisar aumentar a taxa básica de juros, para conter a inflação que não para de subir.
A Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) também discordou da medida adotada pelo Governo Federal.
A carga tributária já é elevada e o aumento no momento de economia debilitada à frente não é a melhor opção.”, reforçou Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi.
Ele defende o novo Bolsa Família, mas acredita que os recursos dele deveriam ser arrecadados por meio da redução de gastos da União.
Fontes: Febraban, IG, G1 e Valor Investe